O presidente Donald Trump conseguiu apoio no Senado para indicar o novo ocupante da Suprema Corte dos EUA antes das eleições de 3 de novembro, indicam sondagens. O Partido Republicano, o mesmo do presidente, tem maioria na Casa, com 53 de 100 senadores. No entanto, quatro parlamentares disseram inicialmente que não apoiariam a nomeação. Só que, agora, apenas dois mantêm a posição.
Nesta terça (22), o senador Mitt Romney, um raro crítico de Trump na legenda, disse que votaria a favor da nomeação. Com isso, o partido passou a ter 51 votos, número suficiente para a aprovação.
Romney, candidato republicano à Presidência derrotado em 2012, disse considerar apropriado que uma nação de centro-direita, como ele classifica os EUA, tenha uma Suprema Corte "que reflita pontos de vista de centro-direita". Trump ainda precisa indicar formalmente um nome, que será sabatinado no Senado.
O presidente disse que pretende anunciar no sábado (26) um nome para substituir Ruth Bader Ginsburg, magistrada que morreu aos 87 anos na sexta (18) e um símbolo da luta por mais direitos às mulheres.
Trump tem mencionado duas mulheres como possíveis indicadas: Amy Barrett, atualmente na corte de apelações de Chicago, e Barbara Lagoa, que tem cargo similar em Atlanta. As duas são religiosas e alinham-se ao presidente em temas como direito a armas, posição anti-aborto e política anti-imigração.
Assim, Trump poderá ampliar a maioria conservadora na Suprema Corte para 6 a 3. Última instância da Justiça dos EUA, o tribunal tem poder para escolher que casos pretende analisar.
Na disputa pela reeleição, o presidente costuma usar o tema para pedir votos: diz que só ele poderá nomear mais juízes conservadores e, assim, ter controle sobre mudanças em temas como aborto e porte de armas, assuntos caros à parte de seus eleitores.
Os democratas acusam os republicanos de hipocrisia, pois o partido se recusou a permitir que Barack Obama indicasse um juiz para a corte pouco antes das eleições de 2016. Na época, os republicanos diziam que o certo era esperar a posse de um novo presidente, para que o eleito fizesse a nomeação.
Para a oposição atual, restam poucas opções para barrar a indicação, como boicotar audiências e tentar convencer senadores republicanos em dúvida. Porém, essas ações devem ter poucos efeitos práticos.
"Estou por aqui há alguns anos. Você pode desacelerar as coisas, mas não pode pará-las", comentou o senador democrata Dick Durbin.
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