O presidente do Chile, Sebastián Piñera, apresentou uma denúncia contra si mesmo às autoridades sanitárias nesta segunda-feira (7) após caminhar na praia e tirar fotos com admiradores sem máscara —o item de proteção é obrigatório no país.
No fim de semana, Piñera viajou para a cidade litorânea de Cachagua, a cerca de 100 km de Santiago, e caminhou à beira-mar —as imagens sem máscara foram parar nas redes sociais e geraram polêmica.
A obrigatoriedade do item de proteção foi uma medida imposta pelo poder Executivo para evitar a disseminação do coronavírus. O Chile soma mais de 560 mil casos confirmados e 5.628 mortes desde o início da pandemia, em março.
Na última semana, a região metropolitana de Santiago registrou aumento de 18% nos casos, e o governo impôs, nesta segunda, uma quarentena a partir do dia 10 de dezembro, apenas aos fins de semana, para tentar conter a crise sanitária.
"Fui passear na praia, o que não fazia desde o ano passado. A caminhada foi bastante solitária até que algumas pessoas me reconheceram e pediram para tirar uma foto", publicou Piñera, em suas redes sociais, após o compartilhamento das fotos.
"Sem dúvida deveria ter colocado a máscara, mas pela rapidez com que os acontecimentos ocorreram não o fiz e foi um erro que lamento e peço desculpa."
Após o mau exemplo, o presidente submeteu nesta segunda um relatório assinado por ele mesmo à Secretaria Regional de Ministros "com o objetivo de levar adiante o respectivo procedimento administrativo de controle de saúde".
A legislação chilena de combate ao coronavírus determina que, nas praias, a distância deve ser de, no mínimo, 1 metro entre as pessoas.
Além disso, só é permitido ficar sem máscara quando não se está em movimento e quando se está a 2 metros ou mais de outras pessoas —o que não foi cumprido pelo presidente.
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