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Mourão defende que reforço em fiscalização ambiental priorize cidades mais afetadas

Governo estima R$ 115 milhões em verbas extras para custear uso da Força Nacional e aumento de operações do Ibama e do ICMBio

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Brasília

O vice-presidente Hamilton Mourão defendeu nesta sexta (23) que o reforço orçamentário prometido pelo presidente Jair Bolsonaro para combater o desmatamento na floresta amazônica seja utilizado de uma maneira estratégica, prioritariamente em regiões que apresentam maiores índices de destruição.

O governo estima que o aumento de recursos para a fiscalização ambiental será em torno de R$ 115 milhões. O montante será utilizado para custear o emprego da Força Nacional e para aumentar o volume de operações do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) e do ICMBio (Instituto Chico Mendes).

Ao lado de Ricardo Salles, o presidente Jair Bolsonaro discursa durante a Cúpula do Clima
Ao lado de Ricardo Salles, o presidente Jair Bolsonaro discursa durante a Cúpula do Clima - Marcos Corrêa - 22.abr.21/PR

"É​ usar os meios que temos de uma forma mais econômica, colocando a maioria dos meios onde a gente sabe que tem mais problemas. É impedir onde está acontecendo com grande velocidade", afirmou.

O general da reserva, que comanda o Conselho da Amazônia, citou como exemplo as cidades de Altamira e Novo Progresso, no Pará, onde tem havido maiores focos de desmatamento. O Plano Amazônia prevê que sejam priorizadas ações em 11 municípios, como Porto Velho (RO) e São Félix do Xingu (PA).

Mourão ressaltou que, diante da meta estabelecida pelo presidente Jair Bolsonaro de zerar as emissões de gases do efeito estufa até 2050, cabe agora ao governo brasileiro discutir formas de viabilizar o compromisso ambiental. "Não é que eu não considere que sejam factíveis. É questão que a gente tem que sentar e colocar isso: como é que eu vou chegar lá? Eu vou chegar em 2050 com emissão zero. Quais são os objetivos intermediários a serem atingidos?", afirmou.

Nesta quinta-feira (22), Bolsonaro discursou na Cúpula do Clima, organizada pelos EUA. A fala no evento causou estranhamento para quem acompanha a política ambiental negligente de seu governo. Durante o pronunciamento, o presidente afirmou ter determinado a duplicação dos recursos destinados às ações de fiscalização ambiental no Brasil e se comprometeu a acabar com o desmatamento ilegal até 2030.

Orientado pela ala mais moderada do Itamaraty, o presidente brasileiro não deixou de pedir dinheiro aos países estrangeiros para ajudar na proteção das florestas, mas não exigiu recursos antecipados, como queria o ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente). Os EUA deixaram claro nas negociações das últimas semanas que não repassariam recursos ao Brasil sem "ações concretas" e "resultados tangíveis" ainda neste ano e, apesar de verem o discurso de Bolsonaro inicialmente de forma positiva, dizem que é preciso esperar mudanças de fato na postura do presidente.​

O presidente brasileiro esperou por mais de uma hora e meia para falar na reunião internacional. Antes dele, numa lista elaborada pelos americanos, discursaram quase duas dezenas de líderes, entre os quais os governantes de China, Índia, Rússia, França e Argentina.

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