Ao menos 55 pessoas foram mortas em dois ataques em vilarejos na República Democrática do Congo, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas) informou nesta segunda (31).
No que pode ter sido a pior noite de violência em ao menos quatro anos, casas foram incendiadas, e pessoas, sequestradas, segundo o escritório de assuntos humanitários da ONU. Os ataques ocorreram no vilarejo de Tchabi e em um campo de deslocados próximo a Boga, ambos na fronteira com Uganda.
Líder de um grupo de direitos civis em Boga, Albert Basegu disse à agência de notícias Reuters que gritos em uma casa vizinha chamaram a sua atenção para o ataque. “Quando cheguei lá, descobri que um pastor anglicano já havia sido morto e sua filha estava gravemente ferida.”
O Monitor de Segurança Kivu (KST), que tem mapeado distúrbios na turbulenta região oriental da República Democrática do Congo desde junho de 2017, publicou em uma rede social que a mulher de um líder local estava entre os mortos, mas não atribuiu responsabilidade a nenhum grupo.
O coordenador do KST, Pierre Boisselet, afirmou que este foi o dia mais mortal já registrado pela entidade.
O Exército e uma associação de direitos civis locais culparam o grupo armado Forças Aliadas Democráticas (ADF). Segundo a ONU, a organização teria sido responsável pela morte de mais de 850 pessoas em 2020, numa onda de ataques em represália a operações que o Exército iniciou no ano anterior.
Em março, os EUA classificaram o ADF como uma organização terrorista. O grupo já declarou fidelidade à facção terrorista Estado Islâmico, apesar de a ONU afirmar que há escassas evidências de conexões com outras redes de militantes islâmicos.
Em 1º de maio, o presidente congolês, Felix Tshisekedi, decretou estado de sítio nas províncias de Kivu do Norte e Ituri para tentar conter os crescentes ataques. Mais cedo neste mês, Uganda anunciou ter concordado em compartilhar informações de inteligência e coordenar operações contra os rebeldes, mas se negou a deslocar tropas para a República Democrática do Congo.
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