Descrição de chapéu Coronavírus

Brasil suspende voos de Índia, Reino Unido e África do Sul para evitar variante do coronavírus

Decisão vale por 14 dias e busca evitar impacto epidemiológico de nova cepa identificada no país asiático

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Brasília

O governo brasileiro anunciou, nesta sexta (14), a suspensão temporária de voos vindos da Índia, da África do Sul e do Reino Unido, devido ao risco de propagação da variante do coronavírus identificada no país asiático como B.1.617 e classificada de preocupação global pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

A medida vale por 14 dias e busca evitar o impacto epidemiológico que a nova cepa poderia causar no Brasil, que, segundo iniciativa do consórcio de veículos de imprensa, alcançou nesta sexta a marca de 432.785 óbitos e 15.521.313 casos de Covid-19.

A suspensão dos voos, segundo portaria publicada na edição extra do Diário Oficial desta sexta, segue uma recomendação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Avião manobra em pista do Aeroporto Internacional de Guarulhos - Amanda Perobelli - 19.nov.20/Reuters

“Fica suspensa, em caráter temporário, a autorização de embarque para a República Federativa do Brasil de viajante estrangeiro, procedente ou com passagem pelo Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, pela República da África do Sul e pela República da Índia nos últimos 14 dias", diz a portaria.

A medida não se aplica à operação de voos de carga, que devem ser manipulados por trabalhadores paramentados. A determinação foi assinada pelos ministros Luiz Eduardo Ramos (Casa Civil), Anderson Gustavo Torres (Justiça e Segurança Pública) e Marcelo Queiroga (Saúde).

A B.1.617 tem se alastrado no país asiático, provocando números recordes de infecção e mortes. Mais de 22 milhões de indianos já contraíram o coronavírus, e as mortes diárias estão em torno de 4.000.

Fora da Índia e do Reino Unido, subtipos da variante já foram sequenciados na Austrália, Singapura, Estados Unidos, Alemanha e Rússia, de acordo com o acompanhamento do Centro de Vigilância de Patógenos Genômicos em South Cambridgeshire. Agora são sete as variantes de preocupação: duas identificadas no Brasil (P.1 e P.2), a britânica, a sul-africana, a californiana, a nova-iorquina e a indiana.​

O subtipo da variante indiana identificado como B.1.617.2 preocupa governo, cientistas e população no Reino Unido e já se coloca como principal obstáculo para a volta da Inglaterra à vida normal. Os primeiros indícios são de que a variante pode ser até “50% mais transmissível” que a linhagem B.1.1.7, hoje predominante entre os casos de Covid-19 registrados entre os britânicos.

Em entrevista nesta sexta, a líder técnica para Covid-19 da OMS, Maria van Kerkhove, afirmou que “a pandemia ainda não terminou, e as variantes provocam muita incerteza”. O risco de caos hospitalar e mais mortes existe mesmo com o avanço da imunização, segundo especialistas, porque, além de nem todos estarem vacinados, falta clareza científica a respeito da eficácia dos imunizantes em relação às variantes.

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