Descrição de chapéu Governo Biden

Com crimes em alta nos EUA, Biden reforça regulação de armas e defende mais recursos para polícia

Presidente tenta conter aumento nas mortes por tiros, que chegaram a 20 mil no país neste ano

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Washington e São Paulo | Reuters

O presidente Joe Biden anunciou, nesta quarta-feira (23), um endurecimento na fiscalização da venda de armas nos EUA e defendeu mais recursos para as polícias. As duas ações buscam conter uma alta nas mortes a tiros no país, mas geram incômodos para republicanos e democratas.

Biden disse que reforçará a punição a vendedores que ignorem procedimentos como a checagem de antecedentes. "Sabemos que, se há uma aplicação mais estrita da checagem de antecedentes, menos armas vão para as mãos de criminosos", disse.

Ao lado do secretário de Justiça, Merrick Garland, Joe Biden anuncia medidas para diminuir a violência armada nos EUA
Ao lado do secretário de Justiça, Merrick Garland, Joe Biden anuncia medidas para diminuir a violência armada nos EUA - Jonathan Ernst/Reuters

"Se você deliberadamente vende uma arma a alguém que está proibido de comprar uma [arma], se você falha em fazer a checagem de antecedentes, falsifica um registro e deixa de cooperar com inspeções, minha mensagem para você é: nós vamos te encontrar e tirar sua licença para vender armas", afirmou.

“Mercadores da morte estão violando a lei para lucrar”, disse o presidente, que prometeu tolerância zero com a venda ilegal de armamentos. Mais cedo nesta semana, a Casa Branca havia anunciado a criação de forças-tarefas para combater o tráfico de armas em Nova York, Chicago, Los Angeles e San Francisco.

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Os EUA vivem alta nos crimes com armas de fogo. Em 2020, a taxa de homicídios em cidades grandes cresceu cerca de 30% na comparação com o ano anterior. Neste ano, 20.989 americanos já morreram por ferimentos de armas de fogo, mais da metade por suicídio, segundo dados do Gun Violence Archive.

Biden também defendeu mais dinheiro para as polícias locais: orientou governos municipais e estaduais a usarem verbas do pacote de recuperação, aprovado em março, para contratar mais agentes e investir em tecnologia. Ele ainda pediu que o Congresso não tente barrar esse direcionamento.

Ao defender o aperto no controle de armas e o reforço nas polícias, Biden gera atritos com dois grupos rivais. O direito ao porte de armas é uma questão pétrea para a direita americana e para o Partido Republicano, que considera o tema um símbolo da liberdade. Já uma parcela do Partido Democrata quer o corte do orçamento para a polícia, como forma de evitar ações violentas por parte de agentes, como na morte de George Floyd, homem negro assassinado por sufocamento por um policial branco no ano passado. Republicanos se opõem à medida e dizem que ela deixará as cidades mais inseguras.

O anúncio desta quarta se soma a ordens executivas assinadas por Biden em abril, nas quais pediu ao Departamento de Justiça que reprimisse as “armas fantasmas” —feitas de forma caseira, para não serem rastreadas. O presidente usa esse tipo de medida para levar adiante sua agenda sem ter que esperar pelo Congresso, onde a maioria democrata é estreita, e os republicanos se opõem às leis de controle de armas.

A gestão democrata enfrenta uma impaciência crescente de ativistas que querem que Biden aja mais rapidamente para combater a violência armada após ele ter prometido, durante a campanha à Casa Branca, atuar desde o primeiro dia no cargo contra o que chamou de epidemia.

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