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Ditadura da Nicarágua prende 7º candidato de oposição a três meses das eleições

No total, já são 28 opositores do regime detidos com base em lei autoritária

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Manágua | AFP

A três meses das eleições, a ditadura da Nicarágua decretou pela sétima vez a prisão de um candidato de oposição à presidência. Noel Viadurre foi colocado em prisão domiciliar neste sábado (24), assim como o jornalista e comentarista político Jaime Arellano.

Em nota à imprensa, a Polícia Nacional afirma que a prisão de ambos foi decretada com base na lei 1.055, também chamada de “defesa dos direitos do povo à independência, soberania e autodeterminação para a paz”. Sancionada em dezembro, a lei é apontada por órgãos internacionais como dispositivo jurídico para perseguir opositores do regime de Daniel Ortega.

homem branco de bigode preto e espesso olha para cima em
O presidente Daniel Ortega ao lado de sua esposa e vice-presidente Rosario Murillo - AFP

Tanto Viadurre quanto Arellano foram convocados para prestar depoimento no Ministério Público na manhã deste sábado (24) e tiveram a prisão domiciliar decretada sob a acusação de "prejudicarem a soberania" do país.

Em 6 de julho, o oposicionista Medardo Mairena e outros quatro líderes camponeses e estudantis foram detidos por "incitar interferência estrangeira, pedir intervenções e aplaudir" sanções contra a Nicarágua.

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No total, já são 28 opositores do regime, de diferentes setores da sociedade, detidos com base na lei 1.055, sendo a primeira a jornalista Cristiana Chamorro, em 2 de junho. Também foram detidos o ex-embaixador Arturo Cruz, o acadêmico Félix Maradiaga, o economista Juan Sebastián Chamorro, primo de Cristiana, e Miguel Mora, fundador e dono do canal de televisão 100% Noticias.

Arellano afirmou ao jornal La Prensa que foi interrogado por cerca de uma hora a respeito de seus comentários políticos em programas de rádio e televisão. Um dos comentários era uma crítica ao discurso do presidente Ortega feito em 19 de julho. "Eles não gostaram porque eu falei que não é adequado que o presidente diga duas vezes que 'um povo armado jamais será esmagado'."

Para o comentarista político, todos que se opõem ao regime de Ortega estão sendo observados de perto pelos operadores do regime e a intimidação é uma estratégia para que a população não compareça às eleições.

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