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França vai boicotar conferência da ONU contra racismo; EUA e Reino Unido também dizem não

Países apontam presença de antissemitismo em falas de participantes

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RFI

O governo francês anunciou nesta sexta-feira (13) que não participará da próxima reunião da Conferência da ONU contra o racismo, marcada para setembro. A França alega que a decisão foi tomada por conta de declarações antissemitas ocorridas em reuniões anteriores.

Outros países também já avisaram as Nações Unidas que não participação do evento, entre eles, Estados Unidos, Reino Unido, Canadá e Israel. A reunião, marcada para o próximo dia 22 de setembro, celebra os 20 anos da Conferência contra o Racismo organizada em Durban, na África do Sul.

Presidente francês, Emmanuel Macron, participa de um Conselho de Defesa em seu país
O presidente francês, Emmanuel Macron, participa de reunião do Conselho de Defesa - Eric Gaillard - 11.ago.21/Reuters

Em 2001, a primeira conferência foi realizada poucos dias antes dos ataques terroristas contra as Torres Gêmeas e gerou profundas divisões entre os participantes nos debates sobre as questões de antissemitismo, colonialismo e escravidão. Na ocasião, os EUA e Israel saíram da conferência protestando contra o tom da reunião, após países árabes tentarem equiparar o sionismo ao racismo.

Desde então, muitos países ocidentais, incluindo a França, já haviam boicotado a conferência de acompanhamento de Durban em 2009, bem como a de 2011, para protestar contra as declarações antissemitas ali proferidas.

Holocausto foi colocado em dúvida

Durante a reunião de 2011, em Genebra, representantes de países europeus deixaram a sala de conferências durante um discurso do então presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad. Do púlpito central, Ahmadinejad qualificou o Holocausto de "questão ambígua e duvidosa".

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No comunicado emitido pelo Palácio do Eliseu nesta sexta, o governo francês sustentou que, mesmo sem participar da reunião, continuará seu combate ao racismo.

"Comprometida com o universalismo dos direitos humanos, a França continuará a lutar contra todas as forças do racismo e garantirá que a conferência de acompanhamento de Durban seja realizada de acordo com os princípios fundadores das Nações Unidas", afirmou o governo.

Avanço do antissemitismo na França

Em 2020, o presidente Emmanuel Macron já havia feito um discurso alertando contra "o insuportável ressurgimento do antissemitismo em nossa Europa", este "mal subterrâneo" que pode "usar sua face tradicional" ou "assumir as novas máscaras do ódio islamista e do antissionismo".

No último fim de semana, uma professora francesa foi presa por carregar um cartaz antissemita durante um protesto contra o passaporte sanitário na França.

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