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Papa reúne líderes religiosos em apelo por 'ação urgente' de cúpula do clima

Francisco promoveu encontro ecumênico a pouco menos de um mês da COP 26

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Vaticano | Reuters e AFP

O papa Francisco reuniu cientistas e líderes religiosos nesta segunda-feira (4) para pedir que a cúpula do clima que será realizada no Reino Unido a partir do próximo dia 31 ofereça "urgentemente" ações concretas de combate à crise climática.

"A COP 26 está sendo convocada a oferecer, urgentemente, respostas eficazes para a crise ecológica sem precedentes e para a crise de valores em que vivemos", disse. "Isso permitirá dar uma esperança concreta às futuras gerações. Vamos acompanhar com nosso compromisso e nossa proximidade espiritual."

O papa Francisco discursa a líderes religiosos no encontro Fé e Ciência - Alessandro di Meo - 4.out.21/AFP

O argentino transmitiu a mensagem em encontro no Vaticano batizado de "Fé e Ciência: Rumo à COP 26". Estavam presentes líderes cristãos, como Justin Welby, arcebispo de Canterbury e líder espiritual dos anglicanos, e o patriarca ortodoxo Bartolomeu; mas também representantes muçulmanos, judeus, hindus, sikhs, budistas e taoístas, entre outros.

A reunião terminou com a assinatura de um apelo aos participantes da 26ª Conferência da ONU sobre Mudança Climática (COP 26), que acontecerá em Glasgow, na Escócia, de 31 de outubro a 12 de novembro. O texto foi entregue ao chanceler italiano, Luigi Di Maio, e ao presidente da COP, Alok Sharma.

A menos de um mês do evento sobre o clima, o documento é mais um gesto de pressão para que líderes mundiais ajam de forma rápida ante um aquecimento global chamado de "catastrófico" pelos religiosos.

Com frequência, Francisco denuncia o que ele considera comportamentos prejudiciais para o planeta.

Essas "sementes de conflito", destacou o papa, "causam as graves feridas que provocamos ao ambiente, como as mudanças climáticas, a desertificação, a poluição, a perda da biodiversidade".

Welby, por sua vez, criticou que "nos últimos cem anos tenhamos declarado guerra à Criação".

"Nossos abusos, nossa guerra contra o clima, afetam os mais pobres", disse. Ele defendeu o que chamou de "arquitetura financeira global que se arrependa de seus pecados" para promover mudanças como impostos que estimulem atividades mais sustentáveis e a economia verde.

Outros líderes destacaram a importância de uma ação conjunta entre os países —e Francisco afirmou que diferenças culturais devem ser vistas como uma força, não uma fraqueza, nesse contexto. "Se um país naufragar, todos naufragamos", disse Rajwant Singh, líder sikh americano.

Há um mês, Francisco, Welby e o chefe da Igreja Ortodoxa, Bartolomeu, lançaram um "apelo urgente". Nele, pediram "a todos, independentemente de crenças ou visões, que se esforcem para ouvir o grito da Terra".

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