Absolvição de Kyle Rittenhouse gera noite de protestos nos EUA

Em Portland, manifestantes quebraram janelas; em outras cidades, atos foram pacíficos

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São Paulo

Centenas de pessoas se reuniram na noite desta sexta-feira (19) em diversas cidades americanas para protestar contra a absolvição de Kyle Rittenhouse, jovem branco de 18 anos que atirou em três homens e matou dois deles durante um ato antirracista em Kenosha, em agosto de 2020.

Foram registrados atos em Portland, Chicago, Nova York e Columbus, segundo o New York Times.

Nesta sexta, Rittenhouse foi considerado inocente de todas as acusações das quais era alvo. Ele foi julgado por ter atirado com um fuzil AR-15 em Joseph Rosenbaum, Anthony Huber e Gaige Grosskreutz —os dois primeiros morreram devido aos ferimentos. À época, ele tinha 17 anos.

Protesto contra a absolvição de Kyle Rittenhouse em Portland, no estado americano de Oregon
Protesto contra a absolvição de Kyle Rittenhouse em Portland, no estado americano de Oregon - Grace Morgan/Reuters

Em Portland, no Oregon, o protesto foi considerado um motim pela polícia. Segundo as autoridades, os manifestantes quebraram janelas e danificaram portas. Em outras cidades, os atos foram pacíficos. Em Chicago, dezenas de pessoas se reuniram no centro da cidade e marcharam pelas ruas contra a decisão.

Em Nova York, manifestantes se aglomeraram do lado de fora da arena Barclays Center, no Brooklyn, juntando-se à multidão que chegava para assistir a um jogo de basquete. Por volta das 20h, cerca de 200 pessoas iniciaram uma marcha ao longo da Flatbush Avenue em direção à Manhattan Bridge.

"Não esperava que houvesse justiça plena, mas a absolvição de todas as acusações foi um tapa na cara", disse Saman Waquad, 38. "Se fosse uma criança negra ou parda, ele ou ela estaria morto agora."

Em Columbus, no estado de Ohio, cerca de cem manifestantes se reuniram do lado de fora da Câmara, depois de fazerem uma marcha. Eles gritavam "todo o sistema é culpado" e "mandem aquele garoto assassino para a prisão", segundo vídeo publicado por um jornal estudantil da Ohio State University.

O julgamento de Rittenhouse polarizou os EUA, e os debates em torno do caso voltaram a expor feridas abertas na sociedade americana em torno de questões controversas como o direito às armas.

Entenda o caso

Os atos em Kenosha, em Wisconsin, começaram após Jacob Blake, um homem negro, ser baleado pelas costas por um agente branco durante uma abordagem policial dois dias antes, em uma ação filmada por testemunhas. Três meses antes, George Floyd havia sido assassinado por um outro policial branco.

Rittenhouse morava em Antioch, no estado de Illinois, a cerca de 33 km de Kenosha. Ele cruzou a divisa até o estado vizinho em resposta ao chamado de grupos civis, formados majoritariamente por pessoas brancas, que se organizaram nas redes sociais para convocar ativistas contrários à pauta dos protestos.

Esses grupos alegavam proteger propriedades de saques e depredações durante as manifestações.

Imagens gravadas por testemunhas registraram o momento em que manifestantes tentam desarmar Rittenhouse após ele atirar em um deles. O adolescente então fez disparos à queima-roupa contra seus perseguidores, o que resultou em duas mortes. ​Ao apresentar sua defesa no tribunal, na quarta (10), Rittenhouse chorou copiosamente. Disse que havia sido ameaçado duas vezes de morte por Rosenbaum, 36, e que estava no ato para proteger uma concessionária de carros usados com outros homens armados.

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