Acidente deixa ao menos 49 mortos no México, a maioria migrantes

Veículo levava mais de cem passageiros clandestinamente, dizem autoridades

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Tuxtla Gutiérrez (México) | AFP e Reuters

Em um dos piores acidentes rodoviários nos últimos anos no México, a colisão de um caminhão no estado de Chiapas, nesta quinta-feira (9), deixou ao menos 49 pessoas mortas, a maioria migrantes da América Central, de acordo com as autoridades locais.

O motorista do veículo, que levava mais de cem passageiros clandestinamente amontoados no compartimento de carga, informaram fontes oficiais, teria perdido o controle devido ao excesso de velocidade ao fazer uma curva. Em seguida, o caminhão se chocou contra um muro e tombou.

Imagens da agência de notícias Reuters mostram uma carroceria tombada em uma autoestrada, com pessoas deitadas sobre tapetes no chão aguardando atendimento médico.

Caminhão tombado em estrada no México em acidente que deixou ao menos 49 migrantes mortos
Caminhão tombado em estrada no México em acidente que deixou ao menos 49 migrantes mortos - Jacob Garcia/Reuters

O acidente ocorreu nas proximidades da cidade de Tuxtla Gutierrez e deixou ainda outras 58 pessoas feridas, três das quais gravemente, segundo o Ministério Público de Chiapas. O chefe da agência de proteção civil do estado, Luis Manuel Garcia, informou que elas foram levadas a hospitais nas imediações.

Entre as vítimas estavam homens, mulheres e crianças, ainda segundo o relato de Garcia em entrevista à Milenio Television. As autoridades não informaram, no entanto, suas nacionalidades. O governador do estado, Rutilio Escandón, expressou solidariedade em post no Twitter. "Dei instruções para providenciar atenção e assistência imediata aos feridos. Responsabilidades serão determinadas de acordo com a lei."

​Chiapas, na fronteira do México com a Guatemala, é um dos principais pontos de acesso de migrantes em situação irregular. O transporte de migrantes em caminhões é um dos métodos mais comuns usados pelos coiotes para deslocar essas pessoas pelo território mexicano, com o objetivo de chegar à fronteira norte do país e tentar atravessar para os Estados Unidos.

Washington enfrenta uma grave crise de migração. Agentes americanos detiveram mais de 1,7 milhão de migrantes na fronteira com o México durante o ano fiscal de 2021, encerrado em setembro. A cifra é a mais alta já registrada, de acordo com o Serviço de Alfândegas e Proteção das Fronteiras (CBP, na sigla em inglês). As travessias ilegais cresceram no período após a posse do presidente Joe Biden, em janeiro.

Enquanto nos anos fiscais de 2012 e 2020 as detenções na fronteira sul dos EUA foram, em média, de 540 mil imigrantes, o número de 2021 foi mais que o triplo. A principal nacionalidade dos migrantes detidos é mexicana (608 mil). Na sequência, vêm uma sequência de "outras" (367 mil), que inclui, por exemplo, brasileiros, haitianos e venezuelanos; e os centro-americanos de Honduras (309 mil), Guatemala (279 mil) e El Salvador (96 mil) —países que formam o chamado Triângulo Norte.

O CBP começou a fazer o monitoramento em 1960. Naquele ano, foram 21 mil detenções ou expulsões na fronteira com o México. Nos anos 1970, a cifra anual passou 200 mil –e nunca mais foi menor que isso.

Com The New York Times

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