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França retoma trabalho remoto e reduz intervalo de vacina contra Covid para frear ômicron

País volta a exigir máscaras em locais abertos nos centros das cidades e limita aglomerações

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Paris | Reuters e AFP

Contra o rápido avanço da variante ômicron da Covid-19, a França decidiu apertar restrições e reduzir de quatro para três meses o intervalo da dose de reforço da vacina contra a doença, anunciou nesta segunda-feira (27) o primeiro-ministro Jean Castex.

O governo anunciou que, nos casos em que for possível, empresas deverão adotar o trabalho remoto em pelo menos três dias por semana. Além disso, eventos públicos ficarão limitados a no máximo 2.000 pessoas em ambientes fechados ou 5.000 pessoas em locais abertos. Shows não poderão mais ter público em pé —os espectadores deverão ficar sentados.

Francesa usa máscara em frente à estação de trem Gare de Lyon, em Paris, na véspera do Natal - Christian Harmann/Reuters

Fica proibido também consumir bebidas e alimentos nos sistemas de transporte e nos cinemas. Em bares e restaurantes, apenas clientes sentados poderão ser servidos. Prefeituras poderão também voltar a exigir o uso de máscaras mesmo ao ar livre nas regiões centrais das cidades, medida que já foi adotada por outros países da região, como a Espanha.

As medidas anunciadas nesta segunda vão valer por pelo menos três semanas. Novas regras devem ser anunciadas até o final desta semana, segundo o governo, com novas orientações sobre o período de isolamento caso se confirme uma contaminação ou em caso de contato com pessoas contaminadas.

A França tem batido recordes de contaminação pela doença, com média de mais de 70 mil novos casos registrados por dia, acima do registrado em qualquer momento anterior da pandemia. O número tem crescido de forma acelerada desde meados de outubro, quando a média diária de casos estava abaixo de 5.000. No sábado (25), feriado do Natal, o país registrou 104.611 diagnósticos de Covid.

A média de mortes, porém está em cerca de 160 por dia, muito abaixo do registrado em ondas anteriores, o que especialistas creditam à ampla vacinação —na primeira onda da doença, por exemplo, em abril de 2020, o país registrou quase 1.000 mortes por dia. Há hoje mais de 3.300 pessoas em UTIs no país.

Não haverá, porém, toque de recolher durante as festividades de Ano-Novo, conforme se especulou nos últimos dias. Além disso, a volta às aulas permanece prevista para 3 de janeiro —diferentemente de outros países, que decidiram adiar o retorno dos alunos às escolas. "No início do ano letivo, é claro, vamos expandir nossa política de vigilância e rastreamento nas escolas", disse Castex.

"Sei que parece um filme sem fim, mas há um ano começamos nossa campanha de vacinação e agora somos um dos povos mais vacinados e protegidos do mundo." Segundo o governo, 78% da população está completamente imunizada, taxa que representa 90% das pessoas elegíveis —hoje, todos os maiores de cinco anos.

O governo espera ainda aprovação do Parlamento para passar a exigir, a partir de 15 de janeiro, a apresentação de comprovante de vacina para frequentar espaços públicos, não mais apenas um teste negativo para a doença.

Outros países no continente também estão apertando as restrições em meio à virulência com que a ômicron elevou o número de contaminações. Um dos mais rígidos foi a Holanda, que anunciou um novo lockdown até 14 de janeiro, com fechamento de serviços não essenciais.

Portugal, uma das nações mais vacinadas do mundo, mandou fechar bares e casas noturnas até 9 de janeiro, período em que o trabalho remoto também será obrigatório, e limitou reuniões públicas a no máximo dez pessoas. A Alemanha também anunciou limitação a reuniões a dez pessoas e fechamento de casas noturnas, além de suspender o público de partidas de futebol.

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