As restrições impostas pela chegada da ômicron, nova variante do coronavírus, na Europa derrubaram a atividade econômica do setor privado no continente em dezembro.

O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto da IHS Markit para a zona do Euro e para o Reino Unido mostra queda no setor de serviços e no otimismo.

No Reino Unido, o setor privado teve o pior crescimento em dez meses após a variante afetar a atividade de hospedagem e de empresas de viagens. O PMI do país caiu para 53,2 pontos na leitura preliminar de dezembro, contra 57,6 em novembro.

Embora ainda tenha ficado acima da linha divisória de 50 pontos –que separa crescimento de contração–, uma pesquisa da agência Reuters com economistas havia apontado leitura muito mais forte, de 56,4.

Considerando apenas o setor de serviços, o índice caiu drasticamente de 58,5 para 53,2 pontos, atingindo seu nível mais baixo desde fevereiro e aquém de todas as previsões da pesquisa Reuters, que apontava leitura de 57 pontos.

Os países da zona do euro também tiveram os serviços afetados. O PMI para serviços na região também caiu abaixo do esperado, de 55,9 pontos em novembro para 53,3 na prévia de dezembro. Analistas esperavam que o índice ficasse em 54,1 pontos, segundo a Reuters.

A atividade de negócios como um todo para o bloco caiu de 55,4 pontos para 53,4, contra 54 pontos na previsão de analistas.

​"A economia da zona do euro está sofrendo mais um golpe da Covid-19, com o aumento dos níveis de infecção atrapalhando o crescimento no setor de serviços em particular, resultando em um decepcionante final de 2021", disse Chris Williamson, economista-chefe de negócios da IHS Markit.

As fábricas, geralmente menos afetadas pelas restrições ao coronavírus, também sofreram em alguma medida. O PMI de manufatura caiu de 58,4 pontos em novembro para 58 pontos em dezembro, a menor marca em dez meses.

O indicador fabril para o Reino Unido, por outro lado, para 53,3 pontos, melhor marca em quatro meses (eram 52,7 em novembro), graças a um abrandamento nos problemas da cadeia de abastecimento que persistiram por mais de um ano.

O indicador de otimismo da pesquisa para o país, por outro lado, atingiu o menor patamar em 14 meses.

Superávit da zona do euro cai além do esperado em outubro

O superávit comercial da zona do euro com o restante do mundo ficou muito menor do que o esperado em outubro, conforme o déficit comercial do bloco em energia aumentou devido aos preços mais altos do gás e do petróleo.

O escritório de estatísticas da União Europeia (UE), a Eurostat, disse nesta quinta-feira (16) que o superávit comercial não ajustado dos 19 países que usam o euro foi de apenas 3,6 bilhões de euros (R$ 23,1 bilhões) em outubro, contra 29,8 bilhões de euros (R$ 191,5 bi) de um ano antes e metade dos 7,6 bilhões de euros (R$ 48,8 bi) esperados pelos economistas.

Enquanto exportações sem ajuste sazonal aumentaram 7,3% no comparativo anual em outubro, o valor das importações disparou 24,1%, disse a Eurostat.

Ajustado pelas oscilações sazonais, o superávit comercial foi de 2,4 bilhões de euros (R$ 15,4 bilhões), com as exportações em alta de 2,4% no comparativo mensal e as importações, de 4,3%.