Descrição de chapéu Governo Biden Coronavírus

Suprema Corte barra projeto de Biden para obrigar vacinação contra Covid em empresas

Juízes mantêm imunização obrigatória apenas para trabalhadores de programas públicos de saúde

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Washington | Reuters

A Suprema Corte dos EUA barrou nesta quinta (13) medida do governo Joe Biden que estabelecia a obrigatoriedade de vacinação contra a Covid a trabalhadores de grandes empresas no país. A estratégia era considerada central pelo democrata para engrossar a difra de imunizados e frear o avanço do vírus.

O bloqueio ao texto foi aprovado por 6 votos a 3. Outra decisão, no entanto, foi favorável ao governo: a mais alta instância do judiciário americano aprovou, por 5 votos a 4, a obrigatoriedade da imunização para profissionais de saúde de locais que recebem verba federal.

Detalhe da fachada da Suprema Corte dos EUA, em Washington
Detalhe da fachada da Suprema Corte dos EUA, em Washington - Saul Loeb - 4.mai.20/AFP

A vacina obrigatória para trabalhadores de grandes empresas havia sido formalizada em novembro e atingiria mais de 84 milhões de americanos. A Agência de Saúde e Segurança Ocupacional (Osha, na sigla em inglês) estimou que a medida poderia levar 22 milhões de pessoas a se vacinarem e evitaria pelo menos 250 mil hospitalizações.

Caso não estivessem imunizados, funcionários de empresas com mais de cem empregados seriam obrigados a apresentar semanalmente testes para a Covid, algo que entraria em vigor já nas próximas semanas. A medida, como outras semelhantes que foram ventiladas no país, foi alvo de críticas de administrações republicanas.

Já a obrigatoriedade do imunizante para profissionais de saúde que participam de dois programas públicos, o Medicare e o Medicaid, mantida pela Suprema Corte, deve afetar 17 milhões de trabalhadores, de acordo com números divulgados pelo governo.

Joe Biden lamentou a decisão da Suprema Corte. "Decidiram que meu governo não pode usar a autoridade que lhe foi concedida pelo Congresso para exigir essa medida", declarou ele, em comunicado. "Mas isso não me impede de usar minha voz como presidente para defender que os empregadores façam a coisa certa para proteger a saúde e a economia dos americanos."

Já em relação ao apoio à vacina obrigatória para trabalhadores de saúde, o democrata afirmou que a decisão salvará vidas de pacientes que procuram atendimento em instalações médicas, bem como de médicos, enfermeiros e outros funcionários. "Nós vamos aplicar a medida."

As decisões da alta instância vêm em momento crucial do combate à crise sanitária nos EUA, que, assim como outras nações afetadas pela chegada da variante ômicron, assiste à alta do número de novos casos de Covid e hospitalizações pela doença.

Os registros de pacientes admitidos em hospitais com Covid vêm batendo recordes consecutivos ao longo das últimas semanas. Até terça (11), a soma das admissões nos sete dias anteriores chegou a 147.895, de acordo com dados compilados pela plataforma Our World in Data, ligada à Universidade de Oxford.

Ao aumento das hospitalizações soma-se o complicador de esses pacientes chegarem a hospitais que têm enfrentado falta de médicos e enfermeiros, já que muitos profissionais precisam de afastamento por terem se infectado. O alto número de crianças internadas também preocupa as autoridades de saúde.

Altas cifras são observadas ainda no número de novas infecções diárias. A média móvel de casos nesta quarta (12) foi de 786 mil, cinco vezes mais do que vinha sendo registrado no início de dezembro, quando a ômicron ainda não era a variante dominante no país.

Aproximadamente 63% da população dos EUA está com esquema vacinal completo, e 37,5% já receberam a dose de reforço do imunizante, segundo números disponibilizados pelo CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças).

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