Todos os presídios federais dos Estados Unidos foram isolados nesta terça-feira (1º) após uma briga de gangues envolvendo vários detentos em uma penitenciária no Texas que terminou com dois mortos.
A revolta eclodiu na prisão de Beaumont, na manhã de segunda-feira (31). Ao todo, quatro presos foram levados ao hospital, onde dois morreram —Guillermo Riojas, 54, condenado a 38 anos por roubo de carro e por atrapalhar o comércio interestadual, e Andrew Pineda, 34, condenado a seis anos e meio por extorsão.
Não há informação sobre o estado de saúde dos outros dois feridos. Funcionários e outros detentos não foram atingidos, de acordo com o governo. O presídio concentra 1.372 presos.
O BOP (Escritório de Prisões, na sigla em inglês), que administra as prisões federais, afirmou que agiu com "excesso de cautela" ao ordenar o isolamento das penitenciárias, um evento raro em que os presos ficam confinados nas celas. Segundo o governo, trata-se de "medida temporária para garantir a boa ordem".
Ao todo, os 130 presídios federais dos Estados Unidos abrigam hoje 134 mil detentos.
O jornal americano The New York Times, citando fontes não identificadas, informou que os membros da violenta facção criminosa de El Salvador MS-13 estavam envolvidos nos conflitos na prisão de Beaumont.
Como o grupo está disseminado pelo sistema prisional americano, há receio de que a violência se espalhe para outros presídios, com gangues rivais buscando vingança. El Salvador classifica a facção de organização terrorista, e promotores dos EUA acusaram líderes do MS-13 de atos terroristas. O governo americano também acusa autoridades salvadorenhas de estarem envolvidas com a facção criminosa.
Apenas neste ano, os presídios federais já registraram quatro assassinatos e três fugas, segundo a imprensa americana. O diretor do BOP, Michael Carvajal, anunciou neste mês que vai se aposentar.
Carvajal está sob fritura no governo americano, criticado especialmente pela má condução do enfrentamento da pandemia da Covid-19 no sistema penitenciário. De acordo com a agência Associated Press, mais de cem funcionários do BOP foram presos e condenados por crimes nos últimos três anos.
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