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Primeiro-ministro do Paquistão enfrenta moção de desconfiança no Parlamento

Imran Khan, no poder desde 2018, perdeu aliados e é acusado de má gestão na economia

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Islamabad | Reuters

O primeiro-ministro do Paquistão, Imran Khan, enfrenta nesta semana o teste mais difícil desde que chegou ao poder, em 2018, com o Parlamento prestes a votar uma moção de desconfiança contra ele.

Uma aliança de partidos da oposição apresentou o processo contra Khan neste mês, dizendo que ele havia perdido sua maioria parlamentar após mais de uma dúzia de deserções de seu partido, o que aumenta o risco de turbulência política no país do sul da Ásia que possui armamentos nucleares.

O premiê do Paquistão, Imran Khan, durante entrevista em junho de 2021
O premiê do Paquistão, Imran Khan, durante entrevista em junho de 2021 - Saiyna Bashir - 4.jun.21/Reuters

De acordo com a Constituição, o presidente da Câmara Baixa do Parlamento é obrigado a convocar a sessão 14 dias após o recebimento da moção. Assim, a votação ocorreria na última segunda-feira.

Mas um comunicado anunciou que a data foi adiada para a próxima sexta-feira (25), devido a uma conferência de países islâmicos em Islamabad marcada para esta quarta (23).

Ex-campeão de críquete, Khan foi eleito premiê em agosto de 2018, após uma campanha marcada por acusações de manipulações realizadas pelo Exército paquistanês, protagonista da política do país que já passou por vários golpes de Estado. A oposição acusa Khan de má gestão da economia e da política externa —ele nega. Nenhum primeiro-ministro paquistanês completou seu mandato até hoje.

Khan apelou aos legisladores que mudaram de lado para retornarem ao partido governista. "Volte, você será perdoado", disse, em um evento público no noroeste do Paquistão. "Como um pai perdoa seus filhos."

O premiê também pediu à população que mostre apoio a ele em um comício de "1 milhão de homens" em Islamabad, previsto para ocorrer no dia 27 de março. A perda de aliados deixou Khan com cerca de uma dúzia de cadeiras a menos do que o mínimo necessário para uma maioria (172).

A oposição comanda, ao todo, 163 assentos na Câmara Baixa, mas pode construir uma maioria se a maior parte dos desertores efetivamente se juntar às suas fileiras por meio de um voto de desconfiança.

Oposicionistas e analistas políticos também dizem que o premiê se desentendeu com a cúpula dos militares, cujo apoio é fundamental para que qualquer partido alcance o poder. Khan e os militares negam.

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