Descrição de chapéu Guerra na Ucrânia

Veja quem é a família morta em Irpin após ataque de morteiros russos

'Perdoem-me, não os protegi', escreve homem que perdeu mulher e filhos; imagem dos corpos numa rua próxima a Kiev foi vista em todo o mundo

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São Paulo

A foto de uma família morta após um ataque de morteiros russos próximo a Irpin, nos arredores de Kiev, explicitou o horror do conflito para os civis do país e estampou capas de jornal ao redor do mundo.

O pai, Serguei ​Perebinis, publicou no Facebook uma homenagem à família. No momento do ataque, ele não estava com a mulher, Tatiana Perebinis, e os filhos, que eram acompanhados por um amigo.

Soldados ucranianos tentam ajudar família de Serguei Perebinis em Irpin; o homem que acompanhava sua esposa e filhos era um amigo da família
Soldados ucranianos tentam ajudar família de Serguei Perebinis em Irpin; o homem que acompanhava sua esposa e filhos era um amigo da família - Lynsey Addario - 6.mar.22/Reuters

"Levaram todos eles. Tania [apelido de Tatiana] não resistiu. Por que isso está acontecendo comigo? E agora? Eu estou a caminho, vivo. Preciso ver vocês uma última vez. Perdoem-me, eu não os protegi", escreveu na mensagem, publicada junto de fotos antigas de Tatiana, 43, Nikita, 18, e Alise, 9.

A empresa de tecnologia e marketing em que Tatiana trabalhava, a SE Ranking, também publicou uma homenagem. "Estamos devastados em dizer que nossa querida colega e amiga Tatiana Perebinis, chefe de contas da SE Ranking, foi morta com suas crianças por morteiros russos", diz o comunicado.

"A família dela se tornou vítima de ataques a civis não provocados. Nossos corações estão partidos."

Tatiana Perebinis, 43, morta em ataque russo a civis em Irpin
Tatiana Perebinis, 43, morta em ataque russo a civis em Irpin - Reprodução Facebook

O momento do ataque foi filmado. A família foi atingida em uma rua próxima a uma ponte que havia sido destruída pelo Exército ucraniano para atrasar o avanço russo em meio à guerra na Ucrânia.

Em grupos no Facebook, Serguei também falou sobre seus cachorros, que acompanhavam a família e pareciam estar vivos em vídeos divulgados nas redes sociais.

Alise Perebinis, 9, morta em ataque russo a civis em Irpin, próximo a Kiev
Alise Perebinis, 9, morta em ataque russo a civis em Irpin, próximo a Kiev - Reprodução Facebook

"Amigos, minhas crianças morreram hoje em Romanovka, perto de Irpin. Ao lado dos seus corpos, estavam duas caixas de transporte de cachorro e, a julgar pelos vídeos, eles parecem estar vivos. Alguém pode tê-los salvado. Se alguém tiver visto ou souber de mais informações, escreva", disse.

"Eu vou lutar por todos os membros da minha família. Espero um milagre."

Depois das mensagens, o mais velho dos dois animais foi encontrado em uma clínica, com uma das patas amputadas. Em publicação posterior, no entanto, Serguei contou que ele não resistiu aos ferimentos e morreu. "Eu tinha esperanças de que ao menos alguém fosse sobreviver", escreveu. Até agora, não foram divulgadas informações sobre o outro cachorro.

Na semana passada, ele tinha publicado fotos da destruição causada pela invasão russa em Irpin, local que chamou de "nova casa". "Ocupantes russos destroem a cidade usando aeronaves. Destroem casas, pessoas estão morrendo. Quantos civis ainda precisam morrer para você acordar?", escreveu Serguei.

Nikita Perebinis, 18, morto em ataque russo em Irpin, próximo a Kiev
Nikita Perebinis, 18, morto em ataque russo em Irpin, próximo a Kiev - Facebook Reprodução

Com pouco mais de 60 mil habitantes, Irpin fica nos arredores de Kiev, área que vem sendo atacada por tropas russas como parte da estratégia para a tomada da capital. A cidade é uma via importante até Kiev.

Cachorros da família Perebinis; um deles morreu após ferimentos em ataque russo
Cachorros da família Perebinis; um deles morreu após ferimentos em ataque russo - Facebook Reprodução

Serguei afirma que nasceu em Donetsk e saiu de lá em 2014. O ano marcou o começo da guerra civil entre o governo e rebeldes separatistas na região, que fica a leste da Ucrânia e faz fronteira com a Rússia.

Junto com Lugansk, Donetsk declarou-se independente e foi reconhecida como tal por Vladimir Putin dias antes da invasão. Defender os dois territórios rebeldes foi um dos argumentos do líder russo para a invasão, que chama até hoje de "operação militar especial".

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