Descrição de chapéu Mercosul

Bolsonaro diz que não vai a reunião de cúpula do Mercosul no Paraguai

Presidente enfrenta isolamento em meio a novos líderes eleitos no continente

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São Paulo

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quinta-feira (14) que não vai participar da próxima reunião de cúpula do Mercosul, marcada para o dia 21 deste mês, no Paraguai. Será o primeiro encontro presidencial de líderes da organização desde o início da pandemia de Covid-19, em 2020.

"Já falei que não vou mais. Na política, sempre você pode voltar atrás em algumas coisas. Mas a minha decisão, até o momento, é não ir ao Mercosul, apesar do apelo do Marito", disse Bolsonaro a jornalistas referindo-se ao presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez.

O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL) em reunião do Mercosul em 2020 - Marcos Correa - 2.jul.2020/AFP

"Gosto muito do Marito, temos muita coisa com ele em comum. Como, por exemplo, a piscicultura no grande lago de Itaipu", continuou o brasileiro, ao emendar avanços na cultura de peixes no lago que divide os dois países na região do estado do Paraná.

Bolsonaro não falou por que desistiu de ir ao encontro. O presidente está em pré-campanha para a eleição de outubro e hoje aparece em segundo lugar nas pesquisas de opinião.

O Mercosul é formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai —além da Venezuela, suspensa pelo bloco desde 2017. Também são considerados Estados associados, sem poder de voto, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname, além da Bolívia, em processo de adesão.

Bolsonaro perdeu aliados em muitos desses países devido a trocas de líderes em eleições recentes, que levaram políticos de esquerda ao poder. Foi o caso do Chile, com Gabriel Boric; do Peru, com Pedro Castillo; e da Bolívia, com Luis Arce; além do episódio mais recente, da Colômbia, em que Gustavo Petro assumirá a Presidência em agosto.

Além deles, há o peronista Alberto Fernández, presidente da Argentina desde 2019, com quem Bolsonaro chegou a se desentender em reunião online no ano passado.

Em mais de uma ocasião, o governo brasileiro avaliou sair do Mercosul e, em 2019, líderes de direita da região criaram um novo bloco, com afinidades políticas, o Prosul (Foro para o Progresso da América do Sul). Dos mandatários fundadores, já deixaram o poder (Argentina), Sebastián Piñera (Chile), Martín Vizcarra (Peru) e Lenín Moreno (Equador), além de Iván Duque, de saída do governo da Colômbia.

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