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Militar alemão é condenado à prisão por planejar ataques terroristas

Ex-tenente é considerado culpado por extremismo e fraude ao tentar se passar por refugiado sírio

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DW

Um tribunal da Alemanha condenou nesta sexta-feira (15) um ex-oficial do Exército do país a cinco anos e meio de prisão por planejar ataques terroristas de extrema direita contra políticos e figuras públicas que acreditava serem "favoráveis a refugiados", enquanto tentava se passar por um refugiado sírio.

"O acusado é culpado de planejar um grave ato de violência colocando em risco o Estado", disse o juiz Christoph Koller.

O ex-militar de 33 anos, identificado como Franco A., foi preso em fevereiro de 2017 no aeroporto de Viena, quando se preparava para retirar uma pistola carregada que havia escondido em um banheiro. Até agora, não foi possível esclarecer a origem da arma ou o que ele planejava fazer com ela.

Franco A. durante audiência em tribunal de Frankfurt, na Alemanha
Franco A. durante audiência em tribunal de Frankfurt, na Alemanha - Boris Roessler - 15.jul.22/Pool/Reuters

O caso foi o estopim de um escândalo que atingiu as Forças Armadas da Alemanha (Bundeswehr) e levou a uma série de investigações sobre a presença de extremistas de direita nas fileiras do país, além do afastamento de militares. O julgamento provocou ainda mais repulsa depois de surgirem informações de que Franco A. armazenava memorabilia nazista no quartel, incluindo uma caixa de fuzil com suástica.

Após a prisão, foi revelado também que Franco A. havia assumido a identidade de um refugiado sírio, apesar de não falar árabe. Ele disse que procurava denunciar irregularidades no procedimento de asilo na Alemanha. A Procuradoria, por sua vez, argumentou que o acusado tentava fazer com que as suspeitas sobre os ataques que planejava cometer recaíssem sobre os estrangeiros.

Como Franco A. recebeu apoio financeiro como suposto refugiado, ele também foi condenado por fraude. "O réu tem uma atitude de extrema direita, étnico-nacionalista e racista que se consolida há anos", disse o juiz Koller ao justificar a sentença.

O promotor do caso havia pedido uma sentença de seis anos e meio, chamando o ex-oficial de "terrorista de extrema direita" que planejava ataques contra políticos e outras figuras públicas de alto escalão.

Segundo o procurador, entre as possíveis vítimas dos ataques planejados estavam o então ministro da Justiça Heiko Maas, membro do Partido Social Democrata (SPD) e a então vice-presidente do Parlamento (Bundestag), Claudia Roth, do Partido do Verde, assim como Anetta Kahane, então presidente da Fundação Amadeu Antonio, dedicada ao combate do racismo.

A defesa, por sua vez, anunciou que vai recorrer da sentença. Antes, havia pedido a absolvição da acusação principal –a preparação de um crime contra a segurança do Estado– e multas ou liberdade condicional para as demais.

Franco A. negou as acusações, mas admitiu ter guardado várias armas e munições para, segundo ele, usar caso a ordem pública entrasse em colapso na Alemanha.

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