Descrição de chapéu Rainha Elizabeth 2ª

Windsor se prepara para último adeus a Elizabeth 2ª com lembrancinhas fúnebres

Cidade em que rainha será enterrada sediou casamento de Harry e Meghan e funeral do príncipe Philip

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Windsor

Windsor está acostumada a multidões. A cidade a 40 km de Londres é inundada por turistas principalmente no verão, quando suas ruas e pubs ficam cheios. E uma das grandes atrações é justamente o seu castelo, que serviu de residência oficial da rainha Elizabeth 2ª, morta na semana passada.

WINDSOR MARINA IZIDRO
Visitantes deixam homenagens para a rainha Elizabeth 2ª no portão do Castelo de Windsor, uma das residências oficiais da família real britânica - Marina Izidro - 16.set.22/Folhapress

O local foi palco de grandes eventos da família real nos últimos anos, como o casamento do príncipe Harry com Meghan Markle, em 2018, e o funeral do príncipe Phillip, marido de Elizabeth, em 2021. Mas nada se compara ao que vai acontecer na segunda-feira (19), quando o corpo da rainha chegar do funeral de Estado, na Abadia de Westminster, em Londres, para o enterro na Capela Memorial Rei George 6º, no interior do castelo, em um cortejo.

Um enorme esquema logístico e de segurança idealizado há anos já foi posto em prática. A área por onde o cortejo vai passar está cercada por grades, e banheiros químicos foram instalados. Há muito policiamento e ambulâncias estão de prontidão. Policiais a cavalo, drones e cães farejadores também compõem a operação.

Quem pretende ir a Windsor e não se planejou com antecedência pode não ter onde passar a noite. A maioria dos hotéis está com vagas esgotadas até depois do funeral.

Com o aumento das vendas por causa das centenas de milhares de visitantes, as lojas de lembrancinhas já se adaptaram. Em uma delas, uma bolsa com os dizeres "descanse em paz" e uma foto de Elizabeth está à venda por 6 libras (R$ 36).

Um vendedor disse à Folha que não se trata de lucrar em cima da morte; segundo ele, os turistas pedem produtos relacionados à rainha para ter uma recordação desse momento.

O pub Two Brewers, ao lado do Castelo de Windsor, não vai abrir no dia do enterro, em meio ao feriado nacional decretado pelo rei Charles 3º. "Vamos fechar por respeito —e para que nós possamos prestar nossas homenagens, para que os funcionários fiquem com as famílias", explica o gerente Stuart O’Brien.

Ele conta que viu a soberana passar perto do pub inúmeras vezes e que o movimento aumentou muito nos últimos dias. Durante a visita da Folha, todas as mesas estavam ocupadas, mas a casa cheia não o fez mudar de ideia. "Estamos tão perto de onde tudo vai acontecer que não tivemos dúvidas de que deveríamos fechar as portas [na segunda-feira]."

A poucos metros de distância, turistas e britânicos deixavam flores na grade do castelo. Uma equipe, parte da organização do funeral, ajudava a tirar as dúvidas do público e pedia que retirassem o plástico dos buquês para facilitar a compostagem quando as flores murcharem. Também é uma questão de segurança, já que todas as noites as flores passam por um raio-x e são levadas para um jardim interno.

Até esta sexta (16), ainda era possível chegar e sair da região com alguma tranquilidade. Na segunda, porém, o número de passageiros deve ser tão alto que a empresa que administra os trens pediu que o público não tente fazer o trajeto Londres-Windsor e escolha apenas um dos dois locais para acompanhar as cerimônias de despedida da rainha.

Gillian e James Henderson, que moram há 35 anos em Windsor, contam que viam Elizabeth 2ª com frequência —muitas vezes dirigindo o próprio carro, ainda que ela não tivesse carteira de habilitação.

"Era uma honra para nós, ela fazia Windsor ser especial. Vai ser triste dar adeus à rainha. Ela vinha aos fins de semana, não acho que o rei Charles virá", conta Gillian. "Ela trabalhou duro e foi muito dedicada, era uma mulher adorável. Quero crer que ela e o príncipe Philip agora estarão unidos."

Elizabeth será enterrada ao lado do marido, em uma cerimônia reservada para a família real.

Sentado no banco de uma praça no centro da cidade, o casal Henderson observava o movimento de visitantes. "Nos meus 82 anos de vida, nunca vi Windsor tão cheia, nem no casamento de Harry e Meghan", diz James.

Na segunda-feira, eles estarão perto do castelo mas, para evitar a multidão e possíveis tumultos, decidiram que o melhor lugar para dar o último adeus à rainha é em casa, pela televisão.

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