Descrição de chapéu refugiados

Vale do McDonald's leva migrantes a processar governador nos EUA por fraude em voos

Grupo levado da Flórida para ilha de Martha's Vineyard, governada por democratas, alega ter sido induzido

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São Paulo

Imigrantes venezuelanos levados de avião no último dia 14 para Martha's Vineyard, no estado de Massachusetts, processaram nesta terça-feira (21) o governador da Flórida, Ron DeSantis, e seu secretário de transporte, Jared W. Perdue, por se envolverem em um "esquema fraudulento e discriminatório" para realocá-los.

O processo foi aberto em um tribunal em Boston e alega que os venezuelanos foram informados falsamente de que seriam transportados para Boston ou Washington, além de terem sido induzidos à viagem com vale-presentes de US$ 10 do McDonald’s.

Imigrantes venezuelanos chegam a uma escola em Martha's Vineyard, ilha ao sul de Boston, Massachusetts, depois de serem enviados ao local pelo governador da Flórida - 14.set.22 - Ray Ewing/Vineyard Gazette/Reuters

Os imigrantes irregulares foram deslocados para o Texas, em um grupo de cerca de 50 pessoas, incluindo crianças, quando foram transportados em dois aviões fretados para Martha’s Vineyard, pequena ilha ao sul de Boston frequentada por ricos e poderosos. De acordo com a agência Associated Press, o processo detalha o custo dos voos em US$ 650 mil.

DeSantis reivindicou o crédito pelo deslocamento, como parte de um esforço dos republicanos para transferir a responsabilidade por imigrantes irregulares para governadores democratas.

A ação desta terça —encabeçada pelo grupo de direitos migratórios Alianza Americas e por três venezuelanos, em nome de todo o grupo— alega que os imigrantes fugiram da Venezuela socialista, um país atormentado pela violência e com a economia em crise, "em uma tentativa desesperada de proteger a si e suas famílias da violência das gangues, da polícia e do Estado e da opressão da dissidência política".

Ao procurar os canais adequados para obter o status legal de imigração nos Estados Unidos, sustenta a ação, os venezuelanos experimentaram "crueldade semelhante à que os levou a fugir de seu país".

Ainda segundo o processo, DeSantis e outras autoridades da Flórida "interferiram de forma inadmissível no controle exclusivo do governo federal sobre a imigração para promover um objetivo ilegal e uma agenda política pessoal".

Diretor executivo da Lawyers for Civil Rights (advogados pelos direitos civis), que busca o status de ação coletiva no processo, Ivan Espinoza-Madrigal afirmou que "nenhum ser humano deve ser usado como peão [de xadrez] político".

DeSantis respondeu por meio de sua diretora de comunicação, Taryn Fenske, usando um argumento de estrutura semelhante. "É oportunista que ativistas usem imigrantes ilegais para teatro político", disse ela nesta terça.

A ação de DeSantis na semana passada foi duramente criticada pela Casa Branca, que também usou a metáfora do peão de xadrez para acusar governadores republicanos. Dias antes, Greg Abbott, do Texas, havia despachado dois ônibus com estrangeiros irregulares para um bairro de Washington não muito longe da residência oficial da vice-presidente, Kamala Harris.

Com AFP

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