Rainha da Dinamarca pede desculpas por chatear netos, mas mantém retirada de títulos

Medida que 'rebaixou' príncipes e princesa a condes e condessa mira futuro da monarquia, diz Margrethe 2ª

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São Paulo

A rainha da Dinamarca, Margrethe 2ª, pediu desculpas oficialmente por ter retirado os títulos de nobreza de quatro de seus netos, reconhecendo ter chateado os príncipes e princesas, mas se negou a voltar atrás em sua decisão, anunciada na última quinta-feira (29).

A medida impactou os filhos de seu filho mais novo, Joachim, 53. Nikolai, Félix, Henrik e Athena, com idades entre 10 e 23 anos, deverão, a partir de 2023, usar os títulos de condes e condessa de Monpezat —sem deixar a linha de sucessão ao trono. Segundo comunicado da nobreza da semana passada, o intuito é de garantir aos sucessores uma vida mais normal e desatrelada dos ofícios da realeza.

A rainha da Dinamarca, Margrethe 2ª, em evento em Copenhague - Mads Claus Rasmussen - 4.out.22/Ritzau Scanpix/Reuters

Em nova nota, Margrethe reforçou que a medida se encaixa na necessidade de a monarquia se moldar de acordo com os tempos. "Esse é meu dever e meu desejo como rainha. Às vezes, isso significa que decisões difíceis devem ser tomadas —e sempre será difícil encontrar o momento certo", disse Margrethe, 82.

"Vejo esse ajuste como uma necessária e futura proteção da monarquia. Tomei minha decisão como rainha, mãe e avó. Mas, como mãe e avó, subestimei o quanto meu filho mais novo e sua família se sentiriam afetados. Sinto muito por isso."

Apesar do pedido de desculpas, ela manteve a retirada dos títulos. Os outros quatro netos da rainha, filhos do príncipe herdeiro Frederik, 54, mantiveram suas posições.

Na própria quinta, a família de Joachim manifestara contragosto com a medida. Ex-mulher do príncipe e mãe de seus dois filhos mais velhos, a condessa Alexandra disse a um jornal local que a notícia "veio do nada" e que as crianças se sentiam excluídas, como se estivessem "tirando suas identidades". Os mais novos são filhos da princesa Marie.

A princesa Marie e o príncipe Joachim (2ª e 3º a partir da esq.) com seus filhos, Félix, Athena, Henrik e Nikolai, em Copenhague - Mads Claus Rasmussen - 11.set.22/Ritzau Scanpix/Reuters

De acordo com a agência Associated Press, o próprio Joachim reclamou da decisão da rainha. "Nunca é divertido ver seus filhos serem maltratados assim. Eles se veem numa situação que não entendem completamente", disse, em Paris, onde mora, ao tabloide Ekstra Bladet, sem querer falar mais sobre como isso poderia afetar a relação com a mãe.

O comunicado da semana passada de Margrethe 2ª ainda defendeu que a decisão está em linha com outros reinados, que vêm enxugando suas monarquias. Medida semelhante foi tomada na Suécia.

A revogação dos títulos reflete um movimento que ocorreu também na família real britânica, em 2020, quando Meghan e Harry decidiram deixar oficialmente as funções reais para trabalhar nos Estados Unidos e conquistar a independência financeira.

A abdicação do casal das obrigações reais causou indisposição na monarquia. No site da família real britânica, o casal foi rebaixado ao final da página que enumera os membros da corte. Agora, as fotos do duque e duquesa de Sussex aparecem no final da lista.

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