Elio Gaspari

Jornalista, autor de cinco volumes sobre a história do regime militar, entre eles "A Ditadura Encurralada".

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Elio Gaspari

A rainha morreu, viva a rainha

Para quem gosta de monarcas, viva Margaret 2ª, da Dinamarca

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Elizabeth de Windsor se foi. Para quem gosta de rainhas, viva Margaret 2ª, da Dinamarca. A senhora tem 82 anos, reina desde 1972.

Graças ao YouTube a monarca está ao alcance de todos. Suas marcas são um sorriso contagiante e roupas luminosas que às vezes ela mesma desenha.

Como a casa de Windsor, ela também descende da nobreza alemã. A semelhança termina aí. A aristocracia da Dinamarca não tem a pompa carnavalesca da inglesa e fica longe do burburinho das celebridades. Frederick, o filho de Margaret 2ª, herdou-lhe o sorriso e não tem a propensão aos pitis de Charles 3º. Ela entra em lojas e em maio passado meteu-se numa montanha-russa.

Netos da rainha Elizabeth fazem vigília ao lado do caixão da monarca
Netos da rainha Elizabeth fazem vigília ao lado do caixão da monarca - Yui Mok/Reuters

Viúva, Margaret 2ª foi casada com um diplomata francês de sangue azulado. Ele não se conformava com o papel secundário que o protocolo lhe impunha e passava temporadas no seu vinhedo. Antes de morrer, pediu para que sua sepultura não ficasse ao lado da dela.

Enquanto a graça da casa de Windsor está em não ter graça, Margaret 2ª marcou seus 50 anos de reinado dando a impressão de que se diverte muito no papel. (Numa concessão aos costumes, não fuma em público.)

Margaret 2ª esteve no Brasil duas vezes. Na segunda, em 1999, como rainha, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, outro monarca que se divertia reinando. Lula visitou-a em 2007. Durante sua passagem por Copenhague, disse que ficava feliz ao passar por "um país em que dirigentes sindicais podem comer caviar".

Os tempos mudam

Em 1976 o presidente Ernesto Geisel foi a Londres para uma visita de Estado.

A ditadura tisnava a imagem do país e Roberto Campos era embaixador na Grã-Bretanha, pessoa com fino senso de humor.

Protestando contra a visita, houve apenas uma esquisita manifestação em defesa dos homossexuais. Hoje, uma manifestação dessas nada teria de engraçado. (Um cidadão atirou-lhe um tomate, mas errou o alvo.)

Dos dias em Londres Geisel guardou uma lembrança: apesar de ter mandado a Londres as medidas de sua cabeça, a cartola que lhe deram estava apertada.

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