Descrição de chapéu LGBTQIA+

Ataque a tiros em boate gay deixa 5 mortos e 25 feridos nos EUA

Atirador abre fogo em festa que homenageava trans vítimas de violência; frequentadores o detiveram logo após início dos disparos, diz polícia

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Colorado Springs (EUA) | Reuters

Um ataque a tiros deixou ao menos cinco mortos e 25 feridos em uma boate gay no Colorado, EUA, na noite deste sábado (19) —madrugada de domingo no Brasil. Um homem disparou nos frequentadores do Club Q durante a celebração do Dia da Lembrança Transgênero —que homenageia, todo 20 de novembro, pessoas trans mortas em ataques violentos.

O agressor foi identificado como Anderson Lee Aldrich, 22, que foi preso minutos após o ataque e foi levado ao hospital para cuidar de ferimentos. Vários dos feridos estão em estado grave, segundo autoridades.

De acordo com a polícia, ao menos dois frequentadores entraram em luta corporal com o atirador e o detiveram logo após ele iniciar os disparos usando um rifle, o que provavelmente evitou uma tragédia maior. Segundo o jornal The New York Times, Aldrich vestia uma jaqueta camuflada e carregava o que pareciam ser seis pentes de munição.

O governador do Colorado, o democrata Jared Polis, que é abertamente gay, falou das "corajosas pessoas que impediram o atirador" e chamou o episódio de "terrível, chocante e devastador".

Esta é a mais recente chacina contra a comunidade LGBTQIA+ nos Estados Unidos. O mais mortal deles ocorreu em Orlando, Flórida, em 2016, na boate gay Pulse —um atirador abriu fogo e matou 49 pessoas, além de ferir mais de 50.

O Club Q, boate LGBTQIA+ em Colorado Springs, após o ataque a tiros - Kevin Mohatt/Reuters

O suspeito está detido e se recupera de ferimentos em um hospital, disse a porta-voz da polícia da cidade de Colorado Springs, Pamela Castro, em entrevista coletiva. Segundo a corporação, várias armas de fogo foram encontradas na boate –é incerto se todas pertenciam ao atirador.

A polícia recebeu o primeiro telefonema sobre o ataque pouco antes da meia-noite (horário local, madrugada de domingo pelo horário de Brasília). Castro acrescentou que o FBI (polícia federal americana) estava no local. Segundo ela, o número de vítimas pode mudar.

Não foi divulgada nenhuma informação sobre a motivação do agressor, mas um porta-voz do governo local disse que, no ano passado, autoridades foram alertadas sobre um possível atentado com bombas envolvendo um indivíduo com o mesmo nome e a mesma data de nascimento do atirador.

No Google, o Club Q se descreve como uma "boate gay e lésbica voltada para adultos que oferece noites temáticas como karaokê, shows de drag e DJs". Seus proprietários disseram, na página do estabelecimento no Facebook, que estão "devastados pelo ataque sem sentido" à comunidade. "Agradecemos as reações rápidas de clientes heroicos que subjugaram o atirador e acabaram com esse ataque de ódio."

O clube tinha anunciado na mesma rede social que a partir das 20h de sábado celebraria o Dia da Memória Transgênero, "com uma variedade de identidades e estilos de gênero".

Uma equipe de 34 bombeiros e 11 ambulâncias foi enviada ao local, de acordo com o porta-voz do Corpo de Bombeiros de Colorado Springs, Mike Smaldino.

"Infelizmente, esses são eventos para os quais treinamos. É por isso que tivemos uma resposta tão grande", disse o porta-voz.

Joshua Thurman, sobrevivente do atentado, disse a repórteres que estava dançando no clube quando ouviu os tiros pela primeira vez. Ele afirma ter se trancado dentro de um camarim com outras pessoas, rezando por sua vida e pensando em seus entes queridos.

"Deveria ser nosso lugar seguro. Uma comunidade não deveria ter que passar por algo assim para nos unirmos", disse Thurman à mídia local. Segundo ele, um de seus amigos morreu no tiroteio.

O presidente dos EUA, Joe Biden, disse em um comunicado que o país precisa "eliminar as desigualdades que contribuem para a violência contra as pessoas LGBTQI+". "Não podemos e não devemos tolerar o ódio", acrescentou –neste domingo, Biden completa 80 anos.

Em junho de 2022, um ataque a tiros em uma casa noturna gay de Oslo, na Noruega, matou duas pessoas e feriu 21. O atentado foi classificado como um ato de terrorismo extremista islâmico.

600 tiroteios em massa em 2022

A cidade de Colorado Springs registrou ao menos mais três ataques a tiros desde outubro de 2015, quando um homem disparou aleatoriamente em pessoas no dia de Halloween, matando três. Em novembro do mesmo ano, um atirador matou três pessoas e feriu outras nove em uma clínica de planejamento familiar. Em maio de 2021, outra chacina na mesma cidade deixou seis mortos em uma festa de aniversário.

A organização Gun Violence Archive (GVA), que acompanha a violência armada nos EUA, define como ataque a tiros em massa um único incidente no qual pelo menos quatro pessoas são feridas ou mortas. Já houve mais de 600 no país até agora em 2022.

Essas ocorrências reacendem constantemente o debate sobre o controle de armas, um tema polêmico no país, embora pouco progresso tenha sido feito no Congresso para reformar as leis existentes.

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