Descrição de chapéu Coreia do Norte

Coreia do Sul mobiliza caças após drones norte-coreanos invadirem espaço aéreo do país

Militares dispararam tiros de advertência e um jato teria caído na ação; causa do incidente não está clara

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Seul | AFP e Reuters

A Coreia do Sul mobilizou caças e helicópteros militares nesta segunda-feira (26) depois que vários drones norte-coreanos invadiram o espaço aéreo do país, de acordo com a agência de notícias Yonhap. Trata-se de mais um episódio da escalada das tensões entre os vizinhos nos últimos meses.

Ao menos cinco drones cruzaram a linha de demarcação que separa as duas Coreias, de acordo com o governo sul-coreano. Um dos equipamentos teria conseguido se aproximar da capital, Seul.

Aeronaves da Coreia do Sul e dos EUA durante exercício militar em meio à tensão com a Coreia do Norte
Aeronaves da Coreia do Sul e dos EUA durante exercício militar em meio à tensão com a Coreia do Norte - Divulgação Ministério da Defesa da Coreia do Sul - 20.dez.22/AFP

Em comunicado, o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul —grupo de chefes das Forças Armadas do país— definiu a manobra como um "ato claro de provocação" feito por Pyongyang. "Vários drones norte-coreanos invadiram nosso espaço aéreo na zona de fronteira, perto da província de Gyeonggi."

Sem revelar detalhes, o oficial Lee Seung-o afirmou que os drones tinham cerca de 2 metros de comprimento. Militares dispararam tiros de advertência, e o Exército sul-coreano não informou se os artefatos foram derrubados ou se retornaram para o Norte. De acordo com a Yonhap, militares de Seul dispararam cerca de cem vezes contra os drones, mas não conseguiram abater nenhum.

Ainda segundo a agência, um caça sul-coreano teria caído durante a ação para interceptar os veículos na região de Hoengseong. Não há informações sobre vítimas, e as causas do incidente não estão claras.

Foi a primeira incursão de drones norte-coreanos no espaço aéreo do Sul em cinco anos. Em resposta, as forças de Seul também enviaram aparelhos, tripulados e não tripulados, para patrulhar a região de fronteira. Autoridades relataram que houve voos de reconhecimento e que "instalações militares inimigas" foram monitoradas e fotografadas. "Nosso Exército seguirá respondendo de maneira determinada a tais provocações", comunicou o governo.

Voos civis partindo dos aeroportos internacionais de Gimpo e Incheon tiveram de ser suspensos por uma hora, a pedido dos militares, segundo o Ministério dos Transportes da Coreia do Sul. Não há informações sobre a quantidade de passageiros impactados pela medida.

Yang Moo-jin, professor da Universidade de Estudos Norte-Coreanos em Seul, disse à agência de notícias AFP que esta foi a primeira vez que voos foram suspensos na Coreia do Sul pela ação de drones norte-coreanos. Segundo ele, os aparelhos provavelmente foram usados para espionagem.

"Levando em consideração o baixo nível de desenvolvimento dos drones norte-coreanos, há pouca possibilidade de que tenham capacidades de ataque próprias de armamento moderno."

O caso acontece em um momento de grande tensão entre as duas Coreias, após vários testes de armamentos feitos por Pyongyang nos últimos meses, incluindo a tentativa de lançamento de um míssil balístico intercontinental, que chegou a gerar um alerta de abrigo a habitantes do norte do Japão.

Após o disparo, os EUA moveram um de seus porta-aviões para perto da península coreana, numa demonstração de força contra Pyongyang. Os americanos também realizaram exercícios militares conjuntos com as forças da Coreia do Sul, com ao menos 240 jatos.

No mês passado, a Coreia do Sul acionou dezenas de aviões de guerra depois de detectar uma mobilização de 180 voos militares do Norte na região. O uso de drones pela ditadura de Kim Jong-un é uma preocupação cada vez maior para Seul. Pyongyang nega ser responsável pelos aparelhos e acusa o Sul de produzir provas falsas contra o país. A mídia estatal tampouco fez menção ao uso de drones na região de fronteira.

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