Descrição de chapéu Coreia do Norte

Coreia do Sul aponta falha de teste norte-coreano de míssil balístico internacional

Série de novos lançamentos chegou a provocar alerta de abrigo a moradores do norte do Japão

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São Paulo

Um dos projéteis que a Coreia do Norte lançou numa série de testes que chegou a gerar um alerta de abrigo a habitantes do norte do Japão, na manhã desta quinta-feira (3), aparentemente era um míssil intercontinental que falhou. Além dele, em 24 horas Pyongyang teria disparado ao menos mais cinco artefatos de curta distância.

A informação da falha é do Exército sul-coreano, citado pela agência japonesa Yonhap. Em resposta às ações desta quinta, Seul decidiu, em conjunto com os Estados Unidos, prorrogar exercícios militares na região —eles seriam encerrados nesta sexta.

Os aliados consideram que os múltiplos lançamentos vindos do norte neste ano, em frequência que não era vista ao menos desde 2017, são um indício de que Kim Jong-un se prepara para um novo teste nuclear.

Público assiste à exibição de disparo de míssil balístico pela Coreia do Norte, em prédio na capital da Coreia do Sul, Seul - Heo Ran - 2.nov.22/Reuters

No começo desta semana, a ditadura exigiu que EUA e Coreia do Sul interrompessem os exercícios, iniciados na última segunda-feira, com caças F-35 de ambos os países em simulações de ataques aéreos, mesmo em meio ao luto nacional decretado após a tragédia de Halloween em Seul que terminou com mais de 150 mortos.

Depois do ultimato, Kim iniciou novos lançamentos. Na quarta (2), Seul acusou o regime comunista de disparar 23 mísseis em um dia, no maior número de disparos de Pyongyang em 24 horas. Um deles caiu a cerca de 60 km da costa da cidade de Sokcho —no que, de acordo com o governo sul-coreano, foi o mais perto de seu território que um projétil do Norte já caiu.

Nesta quinta, as acusações foram renovadas. Inicialmente, Tóquio havia suspeitado de que um míssil sobrevoara seu território antes de cair no mar, levando autoridades das regiões de Miyagi, Yamagata e Niigata a emitirem um alerta para que seus moradores buscassem abrigo.

Depois a informação foi corrigida. O Ministério da Defesa diz que seu radar parou de funcionar, o que indica que o lançamento teria falhado, e a arma, se desintegrado no caminho. Ainda assim, destroços podem ter viajado em alta velocidade e passado pelo Japão, segundo um analista militar consultado pela agência de notícias Reuters.

A série de testes incluiu ainda dois mísseis de curto alcance, mas o destaque era o ICBM (míssil balístico intercontinental, na sigla em inglês). Armamento de longo alcance, ele é capaz de transportar uma ogiva nuclear para o outro lado do planeta. Militares sul-coreanos afirmam que o projétil tinha capacidade de chegar à altura de 1.920 km e velocidade de Mach 15, equivalente a 15 vezes a velocidade do som.

Na noite desta quinta-feira, o gabinete do primeiro-ministro do Japão informou que um outro míssil norte-coreano teria sobrevoado o país e caído no mar. O governo suspeita que ele também seja da classe ICBM, mas não divulgou detalhes.

Seul respondeu ao vizinho disparando ao menos três mísseis ar-terra na região marítima próxima à linha que divide os países, depois de o gabinete do presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, ter chamado a ação de "ato efetivo de invasão territorial".

O porta-voz do Departamento de Estado americano, Ned Price, condenou os testes de Pyongyang e pediu a todas as nações que reforcem as sanções contra a ditadura, alegando que o regime violou as resoluções do Conselho de Segurança da ONU.

Em 2022, a Coreia do Norte já realizou cerca de 40 lançamentos, em meio a um cenário em que as ameaças atômicas foram renovadas por Pyongyang da forma mais intensa desde 2017. Naquele ano, uma série de testes de mísseis capazes de atingir os EUA e a explosão de uma bomba de hidrogênio levaram o governo do então presidente Donald Trump a negociar diretamente com o ditador norte-coreano.

Não funcionou, até porque a premissa americana era tornar a península uma área sem armas nucleares, e sem elas o regime comunista perde seu principal instrumento de negociação. Agora, a sinalização parece ser a mesma, e há a expectativa de que Kim possa conduzir um teste nuclear a qualquer momento.

Com Reuters e AFP

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