Equipe de Trump encontra novos documentos secretos e contraria narrativa do ex-presidente

Descoberta diverge da versão de aliados do republicano, que disseram não ter encontrado nenhum material durante buscas

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Alan Feuer Maggie Haberman
Washington | The New York Times

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump contratou pessoas para revistar quatro propriedades depois que um juiz federal ordenou que ele procurasse com mais atenção qualquer material sigiloso que ainda tivesse em sua posse. Foram encontrados pelo menos dois documentos marcados como "sigilosos" em uma caixa lacrada em um dos locais, segundo uma pessoa informada sobre o assunto.

A equipe de busca de Trump descobriu os documentos num local administrado pelo governo federal em West Palm Beach, na Flórida, levando os advogados a notificar o Departamento de Justiça a respeito.

O ex-presidente dos EUA Donald Trump chega à Trump Tower, em Nova York
O ex-presidente dos EUA Donald Trump chega à Trump Tower, em Nova York - David 'Dee' Delgado - 10.ago.22/Reuters

O New York Times relatou em outubro que funcionários do Departamento de Justiça disseram aos advogados do ex-presidente acreditar que ele pudesse ter mais materiais confidenciais que não foram devolvidos conforme a intimação feita em maio. O FBI revistou Mar-a-Lago, clube privado e residência de Trump na Flórida, em agosto, em busca de mais papéis sigilosos e outros registros presidenciais.

Pessoas próximas a Trump disseram na quarta (7) que nenhum material secreto foi encontrado durante as buscas, afirmação que mais tarde se provou incorreta.

Após a advertência do Departamento de Justiça, houve discussão entre os advogados de Trump sobre a possibilidade de chamar uma empresa independente para realizar uma busca.

Segundo duas pessoas a par dos acontecimentos, os documentos foram descobertos na unidade de armazenamento, mantida pela Administração de Serviços Gerais, um órgão federal que auxilia ex-presidentes na transição para a vida privada.

As buscas também foram realizadas no clube de golfe de Trump em Bedminster, em Nova Jersey; na Trump Tower em Nova York; e num quarto de depósito em Mar-a-Lago por volta do Dia de Ação de Graças, em novembro.

Steven Cheung, porta-voz do político, disse em um comunicado que o ex-presidente e "seu advogado continuam cooperando e sendo transparentes, apesar do ataque sem precedentes, ilegal e injustificado contra o [ex-]presidente e sua família pelo Departamento de Justiça".

O órgão investiga a manipulação pelo republicano de milhares de documentos do governo, incluindo mais de 300 confidenciais, que foram retirados da Casa Branca no final de seu mandato e encontrados em Mar-a-Lago. Os promotores também estão tentando determinar se Trump obstruiu as várias tentativas do governo de recuperar os materiais.

Tradução de Luiz Roberto Mendes Gonçalves

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