As sedes do partido de Emmanuel Macron e da firma de consultoria McKinsey em Paris foram revistadas pela Justiça nesta terça-feira (13), informa o jornal Le Parisien.
As operações ocorrem no âmbito de dois inquéritos abertos no final de outubro. Um deles investiga possíveis irregularidades na contabilidade das campanhas de Macron à Presidência em 2022 e 2017.
O outro apura as relações entre o partido e a McKinsey, que, segundo uma investigação recente conduzida pelo Senado francês, teria sido favorecida em editais nos dois mandatos do atual presidente.
A suspeita é de que funcionários da empresa americana tenham trabalhado nas campanhas vitoriosas sem que seus nomes fossem registrados na declaração de impostos. Em troca, a McKinsey teria sido favorecida ao concorrer em uma série de licitações.
O relatório do Senado ainda afirma que um vantajoso acordo fiscal permitiu que a McKinsey francesa não pagasse impostos nos últimos dez anos, apesar de registrar altos lucros, e indica que gastos do Estado com serviços de consultorias privadas mais do que duplicaram entre 2018 e 2021, totalizando mais de € 1 bilhão (R$ 5,66 bilhões, na cotação desta quarta).
Macron nega irregularidades em suas campanhas e disse não temer as apurações ao ser questionado sobre o tema. Já seu partido, Renascimento, afirmou à imprensa que é "normal o Judiciário realizar investigações livres e independentes para esclarecer a questão" e acrescentou estar à disposição das autoridades.
Por fim, a McKinsey garantiu que pretende "cooperar totalmente" com as investigações. Segundo Le Parisien, a companhia havia se defendido em ocasião anterior afirmando representar apenas "1% dos gastos da administração pública com consultoria", fato que constaria no relatório do Senado.
Esta é a segunda vez em menos de seis meses que a filial francesa da McKinsey é alvo de buscas. Em maio, policiais da alfândega francesa vasculharam a sede da companhia como parte de uma investigação de suspeita de lavagem de dinheiro e fraude fiscal.
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