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Primeira-ministra da Dinamarca chega a acordo para formar governo mais ao centro

Negociações foram costuradas após coalizão de centro-esquerda conquistar maioria frágil no Parlamento em eleição

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Copenhague | Reuters

A primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, disse nesta terça-feira (13) que chegou a um acordo com o principal partido da oposição para a formação de um governo de caráter centrista. As negociações foram costuradas pela política após a coalizão de centro-esquerda que governa o país conquistar maioria frágil no Parlamento, em pleito realizado no mês passado.

A aliança liderada pelos sociais-democratas obteve nas eleições 90 das 179 cadeiras do Parlamento, o mínimo necessário para a formação da maioria. O resultado frustrou os planos de Frederiksen, que havia antecipado as eleições com o objetivo de formar uma ampla coalizão, que alcançasse todos os espectros políticos, num momento classificado por ela de "incerteza internacional".

Mette Frederiksen, primeira-ministra da Dinamarca e líder dos sociais-democratas, fala com jornalistas após votar em uma seção de Copenhague - Jonathan Nackstrand - 1º.nov.22/AFP

Segundo a primeira-ministra, o novo governo será formado em conjunto com o Partido Liberal, até aqui a principal legenda da oposição, e os Moderados —sigla fundada há apenas quatro meses, criada após Lars Lokke Rasmussen deixar justamente o Partido Liberal, pelo qual se elegeu premiê duas vezes (2009-2011 e 2015-2019).

"Definimos grandes ambições para garantir mais empregos e para a área climática, além de um programa de reforma bastante abrangente", disse Frederiksen.

A líder foi forçada a antecipar as eleições após legendas menores, algumas das quais de sua base de apoio, ameaçarem convocar um voto de desconfiança no Parlamento.

Um dos estopins foram os longos desdobramentos da chamada "crise dos visons", em que o governo propôs o abate de todos os 17 milhões de mamíferos em criações no país para conter supostas mutações do coronavírus —o plano acabou suspenso em novembro de 2020, depois de duras críticas. A Dinamarca é um dos principais exportadores da pele desses animais.

Frederiksen conduziu uma gestão de combate à Covid considerada exitosa no país e internacionalmente, mas viu sua popularidade desidratar com o caso.

A eleição, na qual concorreram 14 partidos, foi dominada pela agenda doméstica —de corte de impostos ao apoio financeiro à população devido à alta de preços de energia em meio à Guerra da Ucrânia.

Temas que outrora tinham maior relevância, como a migração, perderam protagonismo após certo consenso dos principais partidos. O governo de Frederiksen apoia a ideia de estabelecer um acordo com Ruanda para enviar ao país africano requerentes de asilo que cheguem ao território dinamarquês —algo semelhante tentou ser feito no Reino Unido, mas a iniciativa foi barrada pela Justiça.

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