O prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu, foi condenado nesta quarta-feira (14), sob a acusação de insultar oficiais, a mais de dois anos de prisão. O político ainda foi proibido de disputar cargos públicos, mas pode recorrer da decisão.
Imamoglu é um dos maiores rivais políticos do presidente Recep Tayyip Erdogan, que comanda a Turquia há quase duas décadas. Sua condenação ocorre a seis meses das eleições presidenciais no país —ele despontava como um dos principais nomes capazes de fazer frente ao líder turco, acusado de aparelhar instituições e perseguir opositores e a imprensa por vias judiciais desde que assumiu o poder.
A acusação contra o prefeito se baseia em um episódio de 2019, quando ele concorria nas eleições municipais. Na ocasião, ele afirmou que as pessoas que anularam o voto no pleito eram "tolas", o que foi considerado um ataque às autoridades pela Justiça. Agora, o processo deve ser levado às instâncias superiores, o que pode arrastá-lo para além da corrida presidencial, marcada para junho de 2023.
Imamoglu não compareceu à sessão em que foi condenado. Em pronunciamento, disse que "um punhado de pessoas não pode assumir a autoridade dada pelo povo" e que a luta se fortalece cada vez mais.
A seu pedido, alguns milhares de apoiadores se reuniram antes do veredicto na sede da prefeitura aos gritos de "verdade, lei, justiça". Forças policiais mantiveram guarda no entorno do tribunal enquanto isso.
Imamoglu impôs a Erdogan uma das maiores derrotas de sua carreira. Em 2019, venceu o nome governista no pleito municipal de Istambul após a sigla do presidente anular sua primeira vitória. A maior cidade do país era comandada por Erdogan e seus aliados desde 1994, quando ele próprio foi eleito prefeito.
Analistas preveem que o resultado das eleições de 2023 dependem da habilidade do partido de Imamoglu, o CHP (Partido Popular Republicano), e do restante da oposição de unirem forças em torno de um único candidato para desafiar Erdogan e o APK.
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