Descrição de chapéu Coreia do Norte

Coreia do Norte põe capital em lockdown após surto de 'doença respiratória'

Medida em Pyongyang vale por cinco dias; em agosto, regime anunciou vitória sobre a Covid-19 após explosão de casos

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Seul | Reuters

Autoridades da Coreia do Norte decretaram um lockdown de cinco dias na capital do país, Pyongyang, devido ao aumento de casos de uma doença respiratória que não foi identificada pelo regime. A informação foi confirmada na manhã desta quarta-feira (25), ainda noite de terça (24) no Brasil, pela agência sul-coreana NK News.

Sem fazer qualquer menção à Covid-19, o regime afirmou que a população da capital deverá ficar em casa até o próximo domingo (29). Em algumas regiões, os moradores serão submetidos à verificação de temperatura várias vezes ao dia.

O líder norte-coreano, Kim Jong-un, discursa em Pyongyang, na Coreia do Norte
O líder norte-coreano, Kim Jong-un, discursa em Pyongyang, na Coreia do Norte - 1º.jan.23/KCNA/Reuters

A Coreia do Norte admitiu a ocorrência de um surto de Covid pela primeira vez em maio do ano passado, mas pouco depois, em agosto, declarou vitória sobre o vírus. A ditadura não especifica, porém, quantas pessoas foram infectadas ou morreram devido à doença.

Dias depois da admissão dos primeiros casos de Covid, o regime chegou a anunciar um quadro de "grave emergência nacional", com mais de 1 milhão de pessoas afetadas pelo que chamou de "febre". Surtos semelhantes não eram relatados desde julho passado.

Nos últimos dias, a mídia estatal passou a reforçar medidas para conter a disseminação de vírus e diminuir casos de doenças respiratórias. A agência estatal KCNA informou que Kaesong, perto da fronteira com a Coreia do Sul, intensificou as campanhas de comunicação para que todos os trabalhadores "observem voluntariamente os regulamentos antiepidêmicos" em seus ambientes de trabalho.

Até esta terça, porém, a mídia estatal não havia informado sobre o lockdown em Pyongyang. A medida é imposta num momento em que outros países adotam a política de coexistência com o vírus. No mês passado, a China anunciou a flexibilização das regras de quarentena após uma série de protestos contestando as restrições mais duras, na prática encerrando a política de Covid zero que vigorava desde o início da crise sanitária.

A Coreia do Norte tem um dos piores sistemas de saúde do mundo, com hospitais mal equipados e poucas unidades de terapia intensiva. Também não há medicamentos para o tratamento da Covid nem capacidade para testes em larga escala.

Na pandemia, o país, já então considerado o mais fechado do mundo, isolou-se ainda mais, proibindo viagens internacionais, inclusive para as vizinhas China e Rússia, e restringindo as domésticas. O objetivo era evitar que a entrada do coronavírus agravasse ainda mais a já abalada situação humanitária no país.

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