O general aposentado Petr Pavel foi declarado vencedor neste sábado (28) das eleições presidenciais na República Tcheca. A campanha do ex-militar foi marcada por promessas de apoio à Otan, a aliança militar liderada pelos EUA, e à Ucrânia, país que foi invadido e está em guerra contra a Rússia há 11 meses.
Pavel, 61, que concorreu ao cargo pela primeira vez, obteve 58,3%, conforme resultados iniciais dos distritos. Ele derrotou o magnata e ex-premiê Andrej Babis, que chegou a sugerir que o adversário poderia arrastar o país para o conflito no Leste Europeu com o envio de armamentos e tanques para Kiev.
Embora tenham papéis essencialmente cerimoniais, os presidentes da República Tcheca costumam ter voz ativa na política externa e são considerados formadores de opinião poderosos, que podem pressionar o governo e congressistas para a aprovação ou rejeição de políticas.
O presidente tcheco ainda é responsável por nomear o primeiro-ministro, o chefe do Banco Central e os juízes constitucionais. Também é o chefe das Forças Armadas —Pavel ainda não deixou claro qual será o papel da República Tcheca na Guerra da Ucrânia.
Em discurso após a confirmação da vitória, ele pediu união. "Valores como verdade, dignidade, respeito e humildade venceram", disse Pavel na capital do país, Praga. "Estou convencido de que esses valores serão compartilhados pela grande maioria de nós. Vale a pena tentar torná-los parte de nossas vidas e devolvê-los à nossa política."
O general aposentado se declara independente e, durante a campanha, angariou o apoio dos partidos de centro-direita. Ele deve assumir o cargo em março, quando substituirá Milos Zeman, que tem retórica pró-Rússia e defende o estreitamento dos laços tchecos com a China.
Além de defender maior sintonia da República Tcheca com a Otan, Pavel diz ser favorável à adoção do euro no país, o que aumentaria a integração econômica com a União Europeia. Ele também defendeu causas progressistas como o direito ao casamento LGBTQIA+.
Soldado de carreira, ele foi condecorado pelos esforços durante a manutenção da paz na ex-Iugoslávia, na década de 1990. Mais recentemente, foi presidente do comitê militar da Otan na República Tcheca por três anos, antes se aposentar em 2018.
Pavel será o quarto presidente tcheco desde que o país se separou da Eslováquia em 1993. Babis e o atual premiê, Petr Fiala, parabenizaram o ex-militar pela vitória.
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