O Fórum Econômico Mundial confirmou nesta segunda-feira (16) a participação do presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, e da primeira-dama, Olena Zelenska, no encontro anual da organização em Davos.
Ambos falarão na plenária principal do evento, algo inédito: Zelenska na manhã desta terça (17), logo após a abertura pelo fundador do fórum, Klaus Schwab —o momento mais nobre do encontro. Ela desembarcou na Suíça nesta segunda.
Zelenski, por sua vez, discursará no fim da tarde de quarta por meio de link ao vivo de Kiev, como ocorreu no ano passado.
A organização vinha mantendo suspense sobre a participação dos Zelenskis. Na programação do festival, no horário de Zelenska, estava anunciado apenas uma "mensagem especial", sem dizer de quem. Apenas nesta noite de segunda (tarde no Brasil) o nome foi revelado. Já o discurso do presidente não constava na programação.
Desde a eclosão da Guerra da Ucrânia, em fevereiro passado, o fórum tomou o conflito como uma de suas pautas centrais. No evento de 2022, a guerra e o temor de suas consequências ofuscaram os demais debates. A Rússia, que costumava mandar uma numerosa delegação, também acabou, na prática, banida do encontro —não apenas autoridades, mas também empresários.
Neste ano, os temores de recessão global ocupam a maior parte da agenda. A guerra, no entanto, continua a ser um assunto dominante, sobretudo por suas consequências econômicas.
São esperados 30 chefes de Estado e governo (sobretudo europeus) e as lideranças dos principais organismos multilaterais, além de 53 ministros da Economia e de centenas de líderes empresariais, empreendedores sociais, ativistas, acadêmicos e jornalistas.
O Brasil é representado pelos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Marina Silva (Meio Ambiente). Eles tentam vender o país como um destino seguro e atrativo para investidores externos em meio à reorganização das cadeias globais, afetadas pelo conflito no Leste Europeu, quase três anos de pandemia e a combinação de inflação e desaceleração econômica nas principais economias do planeta.
Na edição do ano passado, em maio, Volodimir Zelenski discursou durante quase 30 minutos e disse que o momento era semelhante àqueles que, em 1914 e 1938, levaram, respectivamente, à Primeira e à Segunda Guerra Mundial. O líder exortou os participantes a pressionarem governos e empresas a redobrar as sanções contra a Rússia como forma de evitar o agravamento do conflito e desestimular outras invasões.
Assim como deve ocorrer neste ano, Zelenski discursou por transmissão ao vivo. A primeira viagem do presidente para fora da Ucrânia desde o início da invasão russa aconteceu no mês passado, quando ele se encontrou com o homólogo americano, Joe Biden, em Washington.
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