Descrição de chapéu África terrorismo

Mais de 60 mulheres e bebês sequestrados em Burkina Fasso são liberados

Regime que comanda país do Sahel africano diz que Forças Armadas realizaram operação especial

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Uagadugu | AFP

Ao menos 66 mulheres e bebês sequestrados por supostos jihadistas em Burkina Fasso foram liberados, anunciou a TV pública local, controlada pelo regime militar, nesta sexta-feira (20).

A notícia vem quatro dias após os próprios militares terem informado que dezenas de mulheres haviam sido capturadas por grupos islâmicos radicais, nos dias 12 e 13 deste mês, na província de Soum, no norte do país.

O general Ibrahim Traore, líder do regime que comanda Burkina Faso, durante evento na capital Uagadugu
O general Ibrahim Traore, líder do regime que comanda Burkina Faso, durante evento na capital Uagadugu - Olympia de Maismont - 15.out.22/AFP

Imagens transmitidas pela Radio-Televisión de Burkina mostravam as mulheres que, informou o veículo, foram liberadas após uma operação das Forças Armadas e transferidas para a capital do país, Uagudugu. Ao todo, seriam 27 mulheres adultas e 39 bebês e meninas.

"Elas reencontraram a liberdade depois de oito longos dias nas mãos dos raptores", disse um apresentador. O sequestro em massa é o primeiro registrado no país africano, localizado na região do Sahel, desde que a violência de grupos jihadistas se espalhou pelo território a partir de 2015.

Algumas das mulheres já haviam conseguido fugir dos sequestradores. Segundo a rede Al Jazeera, elas relataram que homens armados as capturaram enquanto buscavam alimento e as forçaram a caminhar pelo mato durante um dia inteiro.

Burkina Fasso é um dos países da África Ocidental atingidos pela atuação de grupos terroristas como o Estado Islâmico (EI) e a Al Qaeda. Insurgentes bloquearam partes do norte do país nos últimos meses, agravando a escassez de alimentos e a entrega de suprimentos.

De acordo com estimativas de analistas e funcionários do regime, combates com grupos terroristas já deslocaram cerca de 2 milhões de civis e deixaram ao menos 40% dos 21,5 milhões de cidadãos do país vivendo às margens do controle do Estado.

A frustração com o fracasso das autoridades em combater a violência foi um dos fatores que geraram apoio popular a um golpe militar que, há um ano, depôs o presidente Roch Kaboré. Em setembro, o militar que capitaneou o golpe foi deposto em um outro golpe, mergulhando o país em ainda mais instabilidade.

Ex-colônia francesa, Burkina Fasso assistiu às relações com o país europeu se deteriorarem, a ponto de grupos organizados e a população civil demandarem a saída de forças francesas e o ingresso de tropas e mercenários da Rússia, como o Grupo Wagner.

Mais cedo nesta sexta, centenas de pessoas se reuniram na capital para exigir a saída dos soldados franceses e do embaixador do país. Nos atos, era possível ver várias bandeiras da Rússia e fotos do presidente Vladimir Putin.

Ainda nesta sexta, o regime afirmou que dois ataques armados deixaram ao menos 18 mortos no norte e no noroeste do país na quinta-feira (19). A maioria das vítimas pertence ao grupo armado Voluntários para a Defesa da Pátria (VDP), formado por civis que dizem ajudar os militares a combater jihadistas.

Criado em dezembro de 2019, o grupo é composto por voluntários que recebem cerca de duas semanas de treinamento militar e, depois, trabalham ao lado do Exército, normalmente realizando tarefas ligadas a vigilância, coleta de informações e escolta.

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