Novo ataque de Israel à Síria é o sexto em um mês

Oficial da Guarda Revolucionária do Irã foi morto, afirma Teerã

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Damasco | Reuters

Um ataque aéreo de Israel na Síria matou um oficial da Guarda Revolucionária do Irã na madrugada desta sexta-feira (31), informaram autoridades de Teerã. A Guarda, também conhecida pela sigla IRGC, é uma força militar de elite do governo iraniano.

Israel ataca há anos o que considera alvos ligados a Irã no país vizinho. Principal aliado regional da Síria, Teerã apoia o regime de Bashar Al-Asad desde o início da guerra civil, em 2011, e argumenta que seus oficiais no país são conselheiros a convite de Damasco. Dezenas de membros da IRGC, incluindo oficiais superiores, foram mortos na Síria durante a guerra.

Corpo de Guardas Revolucionários do Irã (IRGC) marcham em Teerã durante a parada militar anual que marca o aniversário da guerra contra o Iraque, na década de 1980 - 8.abr.19/AFP

O segundo lançamento de mísseis na região da capital em dois dias indica a determinação das forças israelenses, sob o governo de Benjamin Netanyahu, para combater a infliuência de Teerã na Síria.

O ataque é ainda o sexto de Israel na Síria neste mês, de acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos. Nas últimas semanas, a pista do aeroporto internacional de Aleppo precisou ser fechada por causa dos danos causados pelas agressões.

Segundo o observatório, os alvos eram um depósito de armas para o regime e grupos apoiados pelo Irã.

"O Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC) anuncia o martírio do guarda Milad Haydari", disse a força militar em um comunicado divulgado pela mídia iraniana. Não houve declaração imediata de Israel, que geralmente não comenta relatos de ataques na Síria.

De acordo com a Sana, agência de notícias estatal da Síria, as defesas aéreas de Damasco derrubaram vários mísseis na região, e alguns projéteis causaram danos materiais. Um dia antes, afirma a agência, ataques israelenses haviam ferido dois soldados.

A Guarda prometeu responder, dizendo que o "ataque criminoso" nos arredores de Damasco não ficará "sem resposta", informou a agência de notícias iraniana Tasnim.

Os ataques tentam atingir o que seriam armas para grupos apoiados pelo Irã na região, como Hezbollah do Líbano e grupos paramilitares iraquianos, que têm posições em torno da capital da Síria.

"Esta é uma fase muito perigosa, os riscos são altos e devemos esperar mais por vir", disse Hamidreza Azizi, pesquisador visitante do Instituto Alemão de Assuntos Internacionais e de Segurança em Berlim, à agência de notícias Reuters. "O risco de escalada entre o Irã e Israel na Síria é maior do que em qualquer momento nos últimos meses, possivelmente anos."

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