Um ataque aéreo de Israel na Síria matou um oficial da Guarda Revolucionária do Irã na madrugada desta sexta-feira (31), informaram autoridades de Teerã. A Guarda, também conhecida pela sigla IRGC, é uma força militar de elite do governo iraniano.
Israel ataca há anos o que considera alvos ligados a Irã no país vizinho. Principal aliado regional da Síria, Teerã apoia o regime de Bashar Al-Asad desde o início da guerra civil, em 2011, e argumenta que seus oficiais no país são conselheiros a convite de Damasco. Dezenas de membros da IRGC, incluindo oficiais superiores, foram mortos na Síria durante a guerra.
O segundo lançamento de mísseis na região da capital em dois dias indica a determinação das forças israelenses, sob o governo de Benjamin Netanyahu, para combater a infliuência de Teerã na Síria.
O ataque é ainda o sexto de Israel na Síria neste mês, de acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos. Nas últimas semanas, a pista do aeroporto internacional de Aleppo precisou ser fechada por causa dos danos causados pelas agressões.
Segundo o observatório, os alvos eram um depósito de armas para o regime e grupos apoiados pelo Irã.
"O Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC) anuncia o martírio do guarda Milad Haydari", disse a força militar em um comunicado divulgado pela mídia iraniana. Não houve declaração imediata de Israel, que geralmente não comenta relatos de ataques na Síria.
De acordo com a Sana, agência de notícias estatal da Síria, as defesas aéreas de Damasco derrubaram vários mísseis na região, e alguns projéteis causaram danos materiais. Um dia antes, afirma a agência, ataques israelenses haviam ferido dois soldados.
A Guarda prometeu responder, dizendo que o "ataque criminoso" nos arredores de Damasco não ficará "sem resposta", informou a agência de notícias iraniana Tasnim.
Os ataques tentam atingir o que seriam armas para grupos apoiados pelo Irã na região, como Hezbollah do Líbano e grupos paramilitares iraquianos, que têm posições em torno da capital da Síria.
"Esta é uma fase muito perigosa, os riscos são altos e devemos esperar mais por vir", disse Hamidreza Azizi, pesquisador visitante do Instituto Alemão de Assuntos Internacionais e de Segurança em Berlim, à agência de notícias Reuters. "O risco de escalada entre o Irã e Israel na Síria é maior do que em qualquer momento nos últimos meses, possivelmente anos."
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.