Flórida amplia veto a 'ideologia de gênero' a todas as séries de escolas públicas

Medida é novo capítulo de guerra cultural promovida por governador republicano Ron DeSantis

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Reuters

O Conselho de Educação da Flórida aprovou nesta quarta (18) uma lei que impede todos os professores de escolas públicas de debaterem assuntos relacionados a identidade de gênero e orientação sexual.

A medida é uma ampliação de uma lei instituída pelo Senado estadual no ano passado e apelidada por críticos de "Don't Say Gay" (não diga gay). Mas se antes a proibição era limitada a turmas do 1º ao 6º ano do ensino fundamental, agora ela vale para todas as séries, incluindo aquelas do ensino médio.

Alunos da Escola Secundária Hillsborough protestam contra lei que proibiu debates sobre orientação sexual e identidade de gênero em colégios em Tampa, na Flórida
Alunos da Escola Secundária Hillsborough protestam contra lei que proibiu debates sobre orientação sexual e identidade de gênero em colégios em Tampa, na Flórida - Octavio Jones - 3.mar.22/Reuters

As exceções à regra são os debates em torno desses tópicos que forem requeridos pelo currículo de ensino estadual —o que não é o caso hoje, segundo o jornal Washington Post. Ou caso eles integrem aulas de educação sexual, que os pais podem decidir se seus filhos vão frequentá-las ou não. Professores que desobedecerem à lei podem ser suspensos ou ter suas licenças para dar aulas revogadas.

A medida, aprovada de forma unânime, não precisa passar pelo Legislativo para entrar em vigor e integra a cruzada cultural do governador do estado, Ron DeSantis —que muitos apontam como o próximo candidato do Partido Republicano à Presidência dos EUA, ainda que ele não tenha entrado oficialmente na disputa.

Defensores da legislação argumentam que são os pais, não os professores, que devem discutir quando e como abordar com seus filhos o que chamam pejorativamente de "ideologia de gênero".

DeSantis não se pronunciou sobre a ampliação da lei nesta quarta-feira. Depois da aprovação da regra original, no ano passado, o governador disse à agência de notícias AFP que ela tinha como função "permitir que pais criem seus filhos e tenham voz e voto sobre o que acontece com eles", empoderando-os.

Já os críticos da medida —um grupo que inclui o presidente dos EUA, Joe Biden— argumentam que ela é discriminatória. Sua aprovação pelo Conselho de Educação da Flórida atraiu protestos imediatos de especialistas, que afirmam que ela só confunde educadores e causa danos a estudantes LGBTQIA+.

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