Descrição de chapéu Coreia do Norte

Kim ordena lançamento do primeiro satélite espião norte-coreano

Operação estava prevista para abril, mas ainda não tem data divulgada

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Seul | AFP

O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, afirmou nesta terça (18) que o país concluiu a construção de seu primeiro satélite militar de espionagem e autorizou o lançamento do aparelho —ainda sem data divulgada— para conter o que a ditadura chama de ameaças dos EUA e da Coreia do Sul, segundo a mídia estatal.

Durante uma visita à agência espacial do país, Kim pediu aos funcionários que a operação ocorra no prazo previsto. As fotografias divulgadas pela imprensa oficial mostram o ditador com sua filha durante o evento —textos, gráficos e monitores observados pelo dirigente foram borrados em alguns registros.

O líder norte-coreano, Kim Jong-un e sua filha visitam a Administração Nacional de Desenvolvimento Aeroespacial da Coreia do Norte - KCNA/KNS/via AFP

Para Kim, é natural que o país se desenvolva militarmente, já que a presença de ativos estratégicos na região tenta transformar a Coreia do Sul "numa base avançada de agressão e num arsenal de guerra".

Na última semana, Coreia do Sul, EUA e Japão decidiram realizar exercícios regulares de defesa para aumentar a cooperação militar, o que seria uma resposta às crescentes ameaças da Coreia do Norte.

O chefe de gabinete do Japão, Hirokazu Matsuno, disse que qualquer lançamento norte-coreano que envolva tecnologia de míssil balístico é uma violação de resoluções do Conselho de Segurança da ONU.

O anúncio do regime foi feito uma semana após o regime de Pyongyang reivindicar o lançamento de um novo míssil balístico intercontinental de combustível sólido (ICBM) —o que simboliza um grande avanço em seu programa armamentista, proibido por sanções internacionais. O disparo causou pânico entre moradores da ilha de Hokkaido, no norte do Japão, onde as autoridades chegaram a ordenar que habitantes se protegessem até se certificarem que o míssil havia atingido o oceano.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, "condenou energicamente" o lançamento do ICBM e pediu que o país "respeite plenamente suas obrigações internacionais sob as resoluções do Conselho de Segurança, retome o diálogo para conseguir paz duradoura e desnuclearize completamente a península".

O desenvolvimento de satélites de reconhecimento militar foi um dos principais projetos de defesa apresentados em 2021 por Kim, que intensificou suas atividades militares nos últimos meses.

Em dezembro do ano passado, a Coreia do Norte conduziu testes finais para o satélite concluído nesta terça e afirmou que o lançamento seria em abril. Na época, o regime divulgou imagens granuladas em preto e branco da capital sul-coreana Seul que teriam sido tiradas nas fases experimentais.

Na época, analistas sul-coreanos expressaram dúvidas sobre o teste e observaram a qualidade ruim das imagens em preto e branco divulgadas por Pyongyang. Kim Dong-yup, professor da Universidade de Estudos Norte-Coreanos em Seul, disse que o regime quer usar satélites para obter informações em tempo real para atingir alvos com mísseis e outros sistemas de lançamento nuclear.

A Coreia do Norte fez várias tentativas de lançar satélites de observação, dos quais dois parecem ter sido colocados em órbita com sucesso —o último, em 2016.

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