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O líder chinês, Xi Jinping, cumpriu a promessa feita no mês passado e falou com o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, pela primeira vez. Segundo a rede estatal CCTV, Xi disse a Zelenski que a única saída para a guerra com a Rússia seria "conversar e negociar" e que sempre esteve "do lado paz". O líder chinês também prometeu enviar a Kiev uma delegação chefiada por Li Hui, ex-embaixador na Rússia.
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Li manteve relações próximas com Putin enquanto serviu na embaixada chinesa em Moscou entre 2009 e 2019. A ideia é que ele lidere uma missão com vários países próximos da China e/ou da Rússia para encontrar vias para o diálogo em Kiev;
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Xi vinha adiando o compromisso de manter conversas com Zelenski, mas as declarações do embaixador chinês na França, Lu Shaye, parecem ter acelerado a data da ligação. Lu colocou em dúvida a soberania dos países ex-soviéticos e atraiu reprovações unânimes na Europa. Líderes da União Europeia, Moldova e Lituânia exigiram um pedido de desculpas, o que a China eventualmente fez por meio da porta-voz do Ministério das Relações Exteriores em Pequim Mao Ning;
Após a ligação, Zelenski divulgou nota à imprensa em que afirmou ter dito ao colega chinês que "não pode haver paz às custas da integridade territorial". A fala é uma indireta ao plano de paz apresentado por Pequim que, em nenhuma das 12 propostas, cita a necessidade de desocupação imediata do território ucraniano por tropas russas.
O ucraniano descreveu a ligação entre os líderes como "longa e significativa", mas não deu detalhes sobre como os dois países seguirão as tratativas. Em Moscou, as reações foram neutras. A porta-voz da chancelaria russa, Maria Zarakhova, disse que seu país reconhece "a prontidão do lado chinês em se esforçar por estabelecer um processo de negociação".
Por que importa: A China talvez seja o único país ainda com poder para influenciar a Rússia, mas não parece muito interessada em ir além do que um cessar-fogo, o que para a Ucrânia serviria apenas como uma oportunidade para russos reorganizarem a linha de suprimentos e voltarem a atacar corrigindo erros cometidos até o momento. Mesmo assim, Kiev tem resistido a alienar os chineses, na esperança de que Pequim ainda consiga convencer Putin a encerrar o conflito.
o que também importa
★ Um rapper americano pode pegar até 20 anos de prisão após ser considerado culpado por conspirar em favor do governo chinês junto a Barack Obama e Donald Trump. Pras Michel teria recebido milhões de dólares do empresário malaio-chinês Jho Low para facilitar contatos com os ex-presidentes e tentado fazer lobby para deportar um dissidente chinês nos EUA a pedido do governo de Pequim. Michel também foi condenado por subornar testemunhas e agir como agente não registrado de um governo estrangeiro. Ainda não há data para o anúncio da sentença.
★ A China confirmou a retirada de um grupo de cidadãos chineses no Sudão. A chancelaria informou ter ativado um "mecanismo de emergência para proteção consular" para resguardar a segurança dos cidadãos retirados do país.Pequim declarou estar "profundamente preocupada" com a situação sudanesa. Desde o dia 15 de abril, duas facções militares rivais lutam pelo controle da capital Cartum. Há relatos de tiroteios constantes na cidade e interrupção no fornecimento de energia elétrica e de água.
★ O jornalista Dong Yuyu foi preso acusado de espionagem pelo governo da China. Vice-editor e colunista do Guangming Daily, um dos principais periódicos estatais do país, Dong frequentemente escrevia comentários vistos como liberais no jornal. Sua prisão teria acontecido em fevereiro de 2022, mas a família manteve o caso em segredo na esperança de que ele fosse solto. Com a confirmação de que a acusação vai seguir seu curso, a prisão foi anunciada nesta semana. A família do jornalista diz que o governo chinês considerou suspeitos os encontros de Dong com um diplomata do Japão e também viu com maus olhos os relacionamentos dele com oficiais e veículos de mídia dos EUA. Ainda não há data para o julgamento.
fique de olho
Xi Jinping presidiu no dia 21 de abril a primeira reunião da Comissão Central para o Aprofundamento da Reforma Econômica desde que foi reconduzido ao cargo.
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O fórum é considerado a principal instância governamental para a formulação de políticas públicas;
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Em 2023, terá como prioridade temas relacionados ao avanço tecnológico, foco do líder chinês neste terceiro mandato.
"É necessário fortalecer o apoio à inovação empresarial, encorajar ativamente e orientar efetivamente as empresas privadas a participar das principais inovações nacionais, instando-as a desempenhar um papel nas principais inovações tecnológicas e nos principais avanços tecnológicos", teria dito Xi em transcrição publicada pela Xinhua.
Por que importa: Xi parece ter entendido que superar os EUA em um futuro próximo só será possível se a China estiver na vanguarda dos avanços tecnológicos mundiais. A meta será difícil de alcançar após as restrições aplicadas por Washington às exportações de semicondutores de última geração.
A prioridade agora será incentivar empresas chinesas a desenvolverem soluções domésticas para tecnologias essenciais. Isso diminuiria a dependência do país e blindaria a economia de possíveis sanções no setor.
para ir a fundo
- A big tech chinesa Tencent vai levar jovens líderes de todo o mundo em uma viagem de seis dias para interessados em conhecer mais sobre o setor tecnológico do país. O programa ainda inclui workshops em universidades chinesas e apoio para produção de um white paper sobre o tema. Inscrições e requisitos estão disponíveis aqui. (gratuito, em inglês)
- Estão abertas até o dia 16 de junho as inscrições para o "Programa de Bolsas de Estudo para Pesquisadores da China 2023", oferecidas pelo Centro de Estudos China-México. Contemplados viajam ao México e recebem 20 mil pesos mexicanos mensais por quatro meses para produzir artigos, programas e metodologias que melhorem a sinologia na América Latina. Informações aqui. (gratuito, em espanhol)
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