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Reino Unido testa alerta de 'som de sirene' em celulares para emergências

Aparelhos de todo o país tocaram no teste deste domingo, mas mecanismo pode colocar pessoas em situação de risco

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São Paulo

O Reino Unido realizou neste domingo (23) o primeiro teste nacional de seu novo sistema de alertas para emergências que envia um som de sirene para smartphones quando há alguma situação de perigo. Assim, todos os britânicos com aparelhos celulares ou tablets 4G ou 5G deveriam participar. Ou quase todos.

O anúncio sobre o teste, feito às 15h (11h em Brasília), foi realizado há semanas, o que permitiu que aqueles que não desejavam ter o celular emitindo o alto som por 10 segundos buscassem alternativas: desligar o aparelho ou colocá-lo em modo avião, por exemplo.

Homem que assistia a jogo da Premier League na cidade universitária de Newcastle upon Tyne mostra tela do celular com teste de alerta
Homem que assistia a jogo da Premier League na cidade universitária de Newcastle upon Tyne mostra tela do celular com teste de alerta - Lindsey Parnaby - 23.abr.23/AFP

Muitos diziam que o barulho poderia ser prejudicial a familiares com deficiência, e outros relatavam que poderia incomodar seus animais de estimação. Também havia casos em que o sistema, estruturado para salvar vidas, poderia colocar pessoas em situação de perigo.

Pressionado por ONGs que ajudam mulheres em situações de abuso, o próprio governo britânico recomendou que pessoas em risco de violência doméstica desligassem celulares que desejem manter escondidos de abusadores com o objetivo de pedir ajuda.

Havia ainda uma limitação tecnológica no teste. Somente aqueles com aparelhos com softwares mais recentes, como iPhones com iOS 14.5 ou posteriores e telefones e tablets com Android 11 ou posteriores estavam incluídos. Modelos mais antigos ficaram de fora.

Nas redes sociais, alguns usuários compartilharam suas experiências. Uma pessoa relatou que foi para seu local de trabalho em vez de ficar em casa porque não queria assustar seu gato e seu peixe. "Pensei que seria um som muito alto, como uma sirene de ataque aéreo, mas na verdade estava tudo bem."

Também houve pessoas reclamando que não receberam o alerta —ou então que receberam minutos antes, ou minutos depois. No Twitter, uma usuária questionou qual foi o critério do governo, que disse que enviaria o alerta a todos. "Outra falha do governo, talvez? Ou é de propósito para que apenas algumas pessoas sobrevivam?", questionou.

À rede Sky News um porta-voz do Cabinet Office, ligado ao gabinete do premiê Rishi Sunak, disse que o governo trabalha com operadoras de rede móvel para revisar os resultados, mas que, de todo modo, a proporção dos usuários que não receberam o alerta é pequena.

Houve ainda uma gale da administração pública. A mensagem enviada em galês a moradores do País de Gales continha um erro de ortografia. No trecho em que se lês em inglês "para manter você e outras pessoas seguras", a versão em galês traduziu "seguro" como "yn Vogel", não "yn ddiogel" (o correto).

"Isso esteve em destaque por semanas e semanas e vocês [o governo] não puderam achar uma única pessoa para revisar a tradução para o galês?", questionou uma pessoa no Twitter.

O modelo implementado agora no Reino Unido já existe em países como os EUA, o Canadá e o Japão, com pequenos detalhes de diferença. O mecanismo é usado para avisar sobre emergências como ataques a tiros, inundações, incêndios florestais e outros eventos extremos.

Em fevereiro, quando um atirador matou três estudantes e feriu outros cinco na Universidade Estadual de Michigan, os alunos foram alertados sobre a situação por meio de uma mensagem de texto, segundo reportagem do jornal The New York Times.

Há também algumas situações incômodas. No último dia 20, moradores do estado americano da Flórida foram acordados às 4h45 por um teste matinal do sistema de alerta. Depois, a equipe de gerenciamento de emergências local pediu desculpas.

Com The New York Times

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