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Como proteger o pet do barulho dos fogos

Com audição sensível, cães podem se assustar, fugir e se machucar

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Uma sequência de eventos que costuma ser acompanhada de fogos de artifício é motivo de preocupação para quem tem animal de estimação. Depois das eleições e Copa, agora o Réveillon deve provocar barulho e causar pânico em pets.

Com a audição mais sensível, cães e gatos sofrem com sons mais altos. Assustados, animais podem se machucar ao tentar se esconder e até fugir. Outros apresentam tremores, taquicardia, agressividade, choro ou latido excessivo. Em alguns, o pânico decorrente do estampido pode levar à morte.

Cachorro deitado em baixo de móvel - Isadora Brant-22.dez.10/Folhapress

No dia 30 de outubro, após o resultado do segundo turno das eleições, os fogos assustaram os irmãos Simba e Shrek, que fugiram de casa, em Sobradinho (DF), e acabaram atropelados. Simba foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. Shrek precisou ficar internado, em estado grave.

Em maio, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) acatou um recurso do Distrito Federal e suspendeu a aplicação da lei que proibia o uso de fogos com estampido intenso em Brasília. Em novembro, o vice-presidente da corte, ministro Og Fernandes, entendeu que o caso não é competência da corte e revogou a decisão.

Fogos afetam não só pets, mas crianças, idosos e autistas. Algumas cidades proíbem artefatos com estampidos, mas ainda assim eles podem ser disparados, em meio ao desrespeito e fiscalização falha.

A tradição dos fogos afeta os animais também em outras ocasiões, como festas juninas. Por isso, o ideal é preparar o peludo para o barulho em qualquer época do ano.

Para acostumar o animal com sons altos, a recomendação é deixar música ligada no ambiente em que o pet está ou até mesmo vídeos com sons de fogos de artifício ou trovões e ir aumentando aos poucos, na medida que o bichinho for aceitando. Outra dica é agir naturalmente, com ações positivas, oferecendo biscoitos e brincando com pet com seus brinquedinhos favoritos. Isso vale para o dia da queima de fogos também.

No entanto, o resultado final leva tempo. Segundo o especialista em comportamento canino Ricardo Tamborini, o trabalho para dessensibilizar um pet com medo de fogos de Réveillon, por exemplo, deve começar logo em janeiro. Perto das comemorações, há truques para amenizar o sofrimento.

Como prevenção, o tutor deve manter o animal com identificação e telefone para contato —caso ele escape de casa—; deixá-lo livre de correntes para evitar acidentes e em locais onde ele esteja seguro, longe de janelas ou de objetos que possa derrubar e se machucar.

"Deixar o animal num local tranquilo, conhecido, com as coisas deles por perto, toalhas, caixinhas" é uma forma de manter o peludo seguro, orienta Ana Claudia Balda, professora e coordenadora da Faculdade de Veterinária da FMU, em São Paulo. Abaixo, ela esclarece algumas dúvidas:

Por que alguns sons, como os de fogos, causam pânico nos animais? Cães e gatos têm um limiar de audição mais amplo em relação aos seres humanos.

Quais podem ser as consequências? Normalmente eles se assustam e ficam bastante estressados

Ainda há tempo para preparar o pet para lidar com o barulho de fogos, gritos, buzinas? O que fazer? O ideal é manter o animal num local seguro, próximo às coisas que está acostumado, como caminha, panos, e podem utilizar análogos de feromônios dos animais em spray ou difusor que os fazem ficar mais tranquilos.

Gatos também sofrem com isso ou cães são os mais afetados? Sim, também sofrem, mas em geral quando estressados têm um comportamento diferente, geralmente ficam mais quietos, com as orelhas pra trás.

Poderia listar algumas dicas de como ajudar o pet a passar com menos sofrimento pelo momento da queima de fogos? E como manter a segurança do pet? Deixar o animal num local tranquilo, conhecido, com as coisas deles por perto, toalhas, caixinhas, panos e usar os análogos dos feromônios sintéticos que em forma de spray ou difusor ajudam bastante.

Sob orientação do veterinário, medicamentos, como tranquilizantes, podem ser avaliados em casos específicos, como para animais com problemas de saúde e mais vulneráveis aos sons? Os medicamentos devem ser prescritos apenas em última opção, já que existem outras formas mais seguras para serem utilizadas.

Veja outras dicas para acalmar o pet durante a queima de fogos

- Durante o dia, antes da queima dos fogos, passeie com o pet e estimule brincadeiras para gastar energia

- Mantenha o pet dentro de casa, com portas e janelas fechadas para abafar os ruídos e evitar fuga

- Deixe o animal em local tranquilo, sem acesso a varandas, e disponibilize tudo que o animal mais gosta, como cama, cobertor, brinquedo. Também deixe à disposição a caixa de transporte para que ele possa se refugiar em momentos de medo. Felinos gostam de se esconder, para isso, o ideal é restringir o espaço colocando caixas que possam servir de abrigo a eles, principalmente em pontos altos da casa

- Se o pet quiser se esconder, não force sua saída do esconderijo nem reprima o animal por estar com medo

- Não use guias. No momento de pânico, o pet pode tentar correr e se enrolar, elevando o risco de enforcamento acidental. Coleiras devem ser mantidas, inclusive com identificação do nome do animal e telefone para contato

- Transmita tranquilidade. O tutor não deve parecer assustado nem tentar proteger o animal, pois fará o pet acreditar que realmente está em perigo

- Não deixe o animal sozinho —estar perto faz com que o bichinho se sinta protegidos. Caso seja necessário deixá-lo, a dica é espalhar pela casa alguma peça de roupa, toalha ou cobertor com o cheiro do tutor

- Protetores auriculares próprios para pets podem ser usados no momento de maior barulho

- TV ou rádio ligados podem disfarçar o som dos fogos. Procure interagir e desviar o foco dos pets

- Ofereça recompensas e carinho. Esse é um momento de muito estresse para cães e gatos, portanto, não demonstre indiferença ao comportamento deles

- Não ofereça medicamentos sem orientação de um veterinário na tentativa de acalmá-lo. Para gatos, tutores podem espalhar feromônios pela casa; para cães, deixe ao alcance brinquedos interativos

Fontes: CRMV-SP, DogHero e Petz

ÁUDIO E TV

Para tentar aliviar os efeitos dos ruídos, a PremieRpet disponibiliza no YouTube três áudios que mascaram o barulho.

Segundo a marca, o áudio de baixa intensidade é indicado para reuniões de família ou encontros com poucas pessoas. O de média intensidade, para barulhos próximos ao local em que o pet está —como festas no vizinho e tempestades. Já o de alta intensidade é recomendado para fogos de artifício a uma curta distância ou festas no local em que o pet está.

Os áudios foram desenvolvidos com a técnica do ruído branco (White Noise), que une sons de diferentes frequências em uma só combinação. Chiado da TV, o rádio e o barulho do ventilador são alguns exemplos de ruídos brancos. Eles se sobrepõem ao barulho que causa ansiedade aos pets, minimizando a sensação de medo e desconforto.

De acordo com a PremieRpet, o áudio deve ser ligado logo que o barulho dos fogos começar, e o pet deve ser colocado perto da caixa de som. Não é aconselhável utilizar por mais de 30 minutos. E também vale a dica de não deixar o animal sozinho e agir normalmente para que o pet entenda que está em ambiente seguro.

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