Descrição de chapéu universidade

Ataque a tiros deixa 3 mortos e 5 feridos em universidade de Michigan

Suspeito, que se matou, era um homem de 43 anos sem ligação com a instituição; casos do tipo se multiplicam nos EUA

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São Paulo

Um ataque a tiros na Universidade Estadual de Michigan (MSU, na sigla em inglês), nos EUA, deixou três estudantes mortos e outros cinco feridos na noite desta segunda-feira (13). O atirador, identificado como Anthony Dwayne McRae, também morreu após atirar em si mesmo durante uma perseguição policial.

Segundo a polícia informou nesta terça-feira (14), o homem não tinha relação com a universidade, e a instituição tampouco suspeitava de ações do tipo. A motivação para o ataque, que ocorreu no prédio de ciências sociais Berkey Hall e na União da MSU, ainda é incerta.

Carros policiais estacionados em campus
Viaturas no campus da MSU em East Lansing - Matthew Dae Smith/Via Reuters

No momento do ataque, o agressor levava um bilhete no bolso no qual registrava ameaças a duas escolas públicas de Ewing, departamento onde teria parentes. Instituições da região cancelaram as atividades, e policiais foram destacados para protegê-las. "A investigação mostrou que McRae tinha um histórico de problemas de saúde mental", diz nota da Polícia do Departamento de Ewing.

Três vítimas morreram no local, e os cinco estudantes feridos foram levados em estado grave ao Hospital Sparrow —quatro deles foram operados, disse Denny Martin, diretor do centro de saúde. O médico afirmou que ainda é muito cedo para fazer qualquer prognóstico sobre os alunos.

A confirmação da morte do atirador foi feita quatro horas após o início do ataque. Claire Papoulias estava assistindo a uma aula de história cubana quando o atirador entrou em sua sala de aula. Ela disse que se jogou no chão e começou a ouvir tiros bem acima da sua cabeça.

"Nunca vou esquecer os gritos dos meus colegas. Eles estavam gritando de dor e por socorro", afirmou a estudante ao programa NBC's Today. "Pensei que ia morrer. Fiquei com muito medo."

Em entrevista ao jornal americano Washington Post, o pai do agressor disse que foi enganado pelo filho em relação à posse da arma. Michael McRae, 66, afirmou que Anthony comprou uma arma em algum momento após 2019, mas nunca admitiu isso. Quando questionado sobre barulhos de tiro no quintal, o agressor dizia que eram fogos de artifício —o pai, porém, contou que via cartuchos de balas na grama.

"Dizia a ele se livrar da arma", afirmou Michael. "Ele seguiu mentindo e disse que já tinha abandonado ela."

Cerca de uma hora antes da morte do atirador, a polícia da MSU havia divulgado duas imagens do suspeito em um vídeo de vigilância que o mostravam entrando em um prédio, subindo um pequeno lance de escadas, vestindo uma jaqueta, um boné de beisebol e uma máscara preta sobre a parte inferior do rosto. Ele estava segurando o que parecia ser uma pistola em uma das mãos.

Alunos, professores e residentes nos bairros próximos ao campus foram instruídos a procurarem abrigo durante a busca pelo atirador, mas o aviso foi suspenso assim que a morte do suspeito foi confirmada.

A mídia local mostrou imagens de estudantes passando por policiais fortemente armados em prédios do lado de fora do campus, com os braços acima da cabeça —procedimento que se tornou comum em universidades americanas. Funcionários da MSU disseram na noite desta segunda que as atividades do principal campus da universidade, com cerca de 50 mil alunos, foram canceladas pelas próximas 48 h.

"Sinto raiva por ter que dar outra entrevista para falar sobre nossas crianças sendo mortas em escolas", afirmou a deputada democrata Elissa Slotkin. "Se isso não nos despertar para agir, não sei o que vai."

O caso ocorre três meses depois de um ataque a tiros em um ônibus que retornava à Universidade de Virgínia deixar três mortos. Na época, o autor dos disparos foi localizado após 12 horas de busca.

Há uma onda de violência armada em faculdades e escolas americanas —no ano passado, houve episódios semelhantes em St. Louis, no Missouri, e em Uvalde, cidade no sul do Texas que abrigou o pior massacre em uma instituição de ensino nos EUA em quase uma década.

De 2018 a 2021, o número de ataques provocados por atiradores nos EUA dobrou, segundo o FBI. No primeiro ano do levantamento foram registradas 30 ações causadas por um ou mais indivíduos com a intenção de matar em áreas populosas. Em 2021, esse número subiu para 61.

Segundo o Gun Violence Archive, ONG que documenta casos de violência armada usando critérios diferentes, já houve 67 ataques a tiros neste ano. O mais letal foi o que aconteceu no final de janeiro em Monterey Park, em uma boate próxima a uma festa do Ano-Novo Lunar: 12 pessoas morreram.

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