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Militar que capturou Che Guevara morre aos 84 anos

General Gary Prado Salmón foi nomeado herói nacional após comandar patrulha que prendeu guerrilheiro na Bolívia

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São Paulo

O general que capturou Ernesto Che Guevara morreu aos 84 anos neste sábado (6), na cidade de Santa Cruz, na Bolívia. O filho de Gary Augusto Prado Salmón confirmou nas redes sociais a morte.

"Estava ao lado da esposa e dos filhos. Deixa um legado de amor, honradez e bom temperamento. Foi uma pessoa extraordinária", escreveu Gary Prado Araúz. O militar enfrentava problemas de saúde e estava hospitalizado desde abril. Em 1981, um tiro acidental atingiu a coluna do general e o deixou em uma cadeira de rodas. Sete anos depois, aposentou-se da carreira militar.

O ex-general boliviano Gary Prado Salmón durante entrevista
O ex-general boliviano Gary Prado Salmón durante entrevista - Aizar Raldes - 5.out.07/AFP

O episódio que o notabilizou ocorreu em 8 de outubro de 1967, quando Prado Salmón comandou uma patrulha no sudoeste da Bolívia que terminou com a captura de Che Guevara. Um dia depois, o exército boliviano cumpriu a ordem de executar Guevara. No mesmo ano, o Congresso do país o nomeou herói nacional por defender o que o governo militar considerou uma invasão estrangeira subversiva.

O guerrilheiro Ernesto Guevara de la Serna nasceu em 14 de maio de 1928 em Rosário, na Argentina. Sua mãe engravidou três meses antes de se casar e precisou falsificar a certidão de nascimento do filho para livrar a família do escândalo. Aos 19, Che, como ficou conhecido, disse à família que estudaria na Faculdade de Medicina da Universidade de Buenos Aires. Ainda antes de se formar, viajou a leprosários da Argentina montado em uma bicicleta motorizada.

Corpo de Ernesto Che Guevara em Vallegrande, na Bolívia - AFP

Che deixou o país assim que obteve o diploma. Viajou como médico, mas logo passou a lutar contra problemas sociais. Suas viagens o levaram ao México, onde conheceu em 1955 o cubano Fidel Castro.

Ele então se juntou aos esforços para libertar Cuba da ditadura de Fulgencio Batista. Liderou tropas na guerrilha e foi conselheiro do líder cubano.

Após a revolução, o argentino ocupou posições importantes no governo da ilha quando Castro assumiu o poder, em 1959. Em 1965, deixou o país para se juntar a novas lutas. No ano seguinte, tentou impulsionar uma revolução na Bolívia. Foi capturado em 1967 pelo exército boliviano, que contava com apoio da CIA. Che foi morto em La Higuera em 9 de outubro daquele ano.

Os restos mortais de Che foram encontrados em 1997 em uma vala coletiva na Bolívia por um grupo de cientistas. Segundo os pesquisadores, a conformação facial e a arcada dentária de um dos conjuntos de ossos coincidiam com as características do guerrilheiro.

No mesmo ano, os restos mortais foram levados para Cuba, onde cerca de 60 mil pessoas compareceram ao sepultamento em Santa Clara, a 300 km da capital do país, Havana. Além dos restos de Che, foram enterrados outros seis guerrilheiros que morreram ao seu lado.

Com AFP

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