Inundações no Equador forçam retirada de ao menos 500 pessoas

Chuvas podem causar prejuízos a mais de 11,5 mil moradores; escolas e centros de saúde foram danificados

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Esmeraldas | AFP

Mais de 500 pessoas tiveram de ser retiradas de suas casas na província de Esmeraldas, no norte do Equador, devido a inundações causadas por fortes chuvas na região.

Imagens do Ministério da Defesa mostram dezenas de pessoas em telhados e varandas para se protegerem da água. Segundo a Secretaria de Gestão de Riscos, a maior parte dos moradores foi retirada em barcos, e outra, em helicópteros. As Forças Armadas e a polícia local participam das operações.

Pessoas andam em enchente na província de Esmeraldas, no Equador
Pessoas andam em enchente na província de Esmeraldas, no Equador - Luis Cheme - 4.jun.23/AFP

"A prioridade é salvar vidas, as tarefas continuam", escreveu o presidente do Equador, Guillermo Lasso, nas redes sociais. "Foram 12 horas de chuva ininterrupta, o que provocou o transbordamento de seis rios em Quinindé, Atacames, Esmeraldas e Muisne."

Não há confirmação de mortes ou relatos de pessoas desaparecidas. O último balanço divulgado pelo governo, porém, indica que os danos são extensos. Mais de 11,5 mil pessoas podem ser impactadas pelas enchentes numa região conhecida por alta criminalidade e atividades do narcotráfico.

Ao menos 21 escolas foram parcialmente destruídas na província, e as aulas tiveram de ser suspensas em Atacames, Esmeraldas, Muisne, San Lorenzo e Quinindé. Cinco centros de saúde sofreram danos.

De 1º de janeiro a 31 de maio, as chuvas deixaram 36 mortos e provocaram prejuízos a quase cem mil pessoas no país —as províncias de Manabí, Guayas, El Oro, Los Ríos, Santa Elena, Cotopaxi e Bolívar foram as mais atingidas. Em 26 de março, um deslizamento de terra na cidade de Alausí soterrou dezenas de casas e matou 60 pessoas. Dois meses após o desastre, socorristas ainda buscam 13 desaparecidos.

Cientistas afirmam que o aumento da frequência e da intensidade de fenômenos climáticos extremos está relacionado ao aquecimento global, provocado pela atividade humana.

Dados do Centro de Monitoramento de Deslocamento Interno mostram que, em 2022, eventos extremos, como fortes chuvas que terminaram em inundações, levaram ao deslocamento de ao menos 6.400 pessoas dentro do Equador. Desde 2008, a soma de deslocamentos por esses motivos no país chegou a 340 mil.

Nas Américas, no entanto, coube ao Brasil o posto de país onde mais pessoas tiveram de se deslocar ao longo do último ano. Foram, ao todo, 713,6 mil os brasileiros que tiveram de abandonar seus lares, de acordo com monitoramento da plataforma divulgado recentemente.

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