Descrição de chapéu clima mudança climática

Casos de queimaduras crescem nos EUA durante onda de calor extremo

Arizona, com recorde de temperatura, tem pacientes com lesões graves após caírem ou encostarem em superfícies quentes

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

A onda de calor que atinge os Estados Unidos —e outros países do Hemisfério Norte— tem levado a um aumento no número de pessoas com queimaduras por encostar em superfícies quentes, como asfalto.

O alerta foi feito por médicos do Arizona, um dos estados mais afetados pelas altas temperaturas —sua capital, Phoenix, registrou recorde de 24 dias consecutivos com os termômetros acima de 43° C.

Pessoa em situação de rua organiza seus pertences em Phoenix, a capital do Arizona, uma das regiões mais afetadas pela atual onda de calor nos EUA
Pessoa em situação de rua organiza seus pertences em Phoenix, a capital do Arizona, uma das regiões mais afetadas pela atual onda de calor nos EUA - Mario Tama - 25.jul.23/Getty Images via AFP

Kevin Foster, diretor do centro de queimaduras da instituição médica Valleywise Health, disse às redes CNN e BBC que moradores estão sendo levados a hospitais com queimaduras significativas, muitas vezes graves —em alguns casos, o ferimento é obtido apenas porque as pessoas caíram no chão.

"O verão é a estação que mais traz movimento de pacientes, então já prevíamos que isso ocorreria", disse ele à CNN, mas com a ressalva: "O que vemos agora é realmente incomum —o número de pacientes que estamos atendendo é muito maior, assim como a gravidade das lesões".

No início desta semana, Foster afirmou que todos os 45 leitos do centro de queimaduras em que trabalha estavam ocupados e que um terço dos pacientes era formado por pessoas que haviam se queimado ao cair no chão. Alguns deles, detalhou o médico, foram levados para a UTI devido à gravidade das lesões.

Até cintos de segurança têm causado queimaduras. Ainda segundo Foster, desta vez à BBC, os pacientes são, em geral, usuários de drogas que muitas vezes vivem nas ruas. Desidratados, tendem a desmaiar nas calçadas, onde ocorrem as lesões. Alguns ferimentos, de terceiro grau, exigem enxertos de pele.

Até aqui, a cidade de Phoenix havia observado o máximo de 18 dias com temperaturas acima de 43° C, em 1974. Nem sequer as noites fazem o calor arrefecer, uma vez que as temperaturas neste período não foram menores que 30° C por duas semanas seguidas —mais um recorde.

De acordo com relatório publicado na semana passada por autoridades de saúde pública, ao menos 18 pessoas do condado de Maricopa, onde está Phoenix, morreram desde abril por causas ligadas ao calor extremo. É uma cifra reconhecidamente subnotificada —outras 69 mortes estão sob investigação.

Segundo dados compilados pelo New York Times, quase 60 milhões de americanos —ou 18% da população do país— vivem hoje em áreas que já estão ou podem estar sob níveis de calor perigosos para a saúde pública nos próximos dias. A onda de altas temperaturas chega à cidade de Nova York nesta quinta-feira (27), com previsão de temperaturas acima de 41° C.

Com The New York Times

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.