Premiê do Camboja há quase 40 anos no poder diz ter vencido eleição novamente

Hun Sen anunciou que pretende seguir adiante com plano de transferir cargo para o próprio filho

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Phnom Penh (Camboja) | Reuters

O Partido Popular do Camboja (CPP), que ocupa o poder do país do Sudeste Asiático há décadas, afirmou ter vencido as eleições deste domingo (23), em um pleito sem oposição real. O primeiro-ministro Hun Sen, no cargo há 38 anos e um dos chefes de governo mais longevos do mundo, deve, assim, seguir adiante com seus planos de transferir o cargo para Hun Manet, seu filho.

Homem idoso asiático de óculos e camisa azul segura envelope diante de urna
O premiê Hun Sen vota nas eleições gerais no Camboja - Tang Chhin Sothy/AFP

As autoridades eleitorais afirmaram que 8,1 milhões de pessoas, ou 84% do eleitorado do país, compareceram às urnas, supostamente o índice de participação popular mais alto em um pleito desde os anos 1990.

O CPP diz ter liderado uma disputa contra 17 partidos obscuros. "Ganhamos de lavada [...] mas ainda não podemos calcular o número de assentos [no Parlamento]", declarou Sok Eysan, porta-voz do partido.

Hun Sen, 70, foi guerrilheiro do Khmer Vermelho, mas rompeu com ele, tendo se exilado no Vietnã após a ascensão do movimento ao poder no Camboja —de 1975 a 1979, a ditadura instituída pelo grupo comunista promoveu um genocídio que deixou mais de 1,5 milhão de mortos.

Após retornar ao Camboja, Hun Sen ocupou posições de destaque no governo e se tornou primeiro-ministro em 1985. Desde então, vem governando o país com mão de ferro, e sua repressão política forçou centenas de opositores a fugirem do país.

Na última quinta-feira (20), Hun Sen anunciou que Hun Manet, seu filho, poderia se tornar primeiro-ministro no mês que vem. Ele conquistou um assento na Assembleia Nacional nas eleições deste domingo e poderá se tornar o próximo governante caso tenha respaldo da Casa.

Hun Manet, 45, é general e obteve formação acadêmica nos Estados Unidos e no Reino Unido. Ele fala pouco com a imprensa e dá poucas pistas sobre a sua visão para o futuro do Camboja e seus 16 milhões de habitantes.

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