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União Europeia e França cortam apoio financeiro ao Níger depois de golpe militar

Estados Unidos ameaçam fazer o mesmo se não houver continuidade do governo eleito democraticamente

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Niamey (Níger) | Reuters

A União Europeia (UE) e a França cortaram apoio financeiro ao Níger, e os EUA ameaçaram fazer o mesmo após militares anunciarem um golpe de Estado que depôs o presidente Mohamed Bazoum na quarta (26).

Um dos países mais pobres do mundo, o Níger recebe cerca de US$ 2 bilhões (R$ 9,5 bilhões) por ano em assistência oficial ao seu desenvolvimento, de acordo com o Banco Mundial.

O general Abdourahamane Tiani durante discurso na televisão, no qual se apresentou como líder do país
O general Abdourahamane Tiani durante discurso na televisão, no qual se apresentou como líder do país - Télé Sahel/AFP

A nação africana é também um importante parceiro de segurança de potências ocidentais, como a França, que tinha o Níger como colônia, e os Estados Unidos. Antes visto como o país mais estável entre vizinhos instáveis, o Níger é o sétimo maior produtor mundial de urânio. Até o momento, aliados estrangeiros se recusaram a reconhecer o regime militar liderado pelo general Abdourahamane Tiani, ex-chefe da guarda presidencial que os oficiais das Forças Armadas declararam chefe de Estado na sexta-feira (28).

Não há sinal de Bazoum desde a madrugada de quinta, quando o presidente eleito foi confinado no palácio. A UE, a França e outros países afirmam que ainda o reconhecem como o presidente legítimo.

"Além da interrupção imediata do apoio financeiro, todas as cooperações na área da segurança estão suspensas por tempo indeterminado", disse o chefe da política externa do bloco, Josep Borrell, em nota.

Na mesma toada, a chancelaria da França anunciou a suspensão de toda ajuda ao desenvolvimento e apoio orçamentário ao Níger e exigiu um rápido retorno à ordem constitucional.

A UE mantém um pequeno número de tropas no Níger, parceiro fundamental para conter o fluxo de migrantes irregulares vindos da África subsaariana, para uma missão de treinamento militar. O bloco europeu alocou € 503 milhões (cerca de R$ 2,6 bilhões) de seu orçamento para melhorar a governança, a educação e o crescimento sustentável do país africano de 2021 a 2024.

Já os Estados Unidos têm duas bases militares no Níger, com cerca de 1.100 soldados, e fornecem centenas de milhões de dólares em ajuda de segurança e desenvolvimento. "A assistência significativa que damos às pessoas no Níger está claramente em perigo", disse o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken. O apoio americano, disse ele, depende da continuidade do governo democrático.

Não está claro quanto apoio a junta militar tem entre a população. Uma multidão foi às ruas em apoio a Bazoum na quarta-feira, mas, no dia seguinte, apoiadores do golpe também se manifestaram.

A Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental realizará uma cúpula de emergência na Nigéria no domingo para discutir a situação. Após uma reunião de emergência na sexta, a União Africana emitiu uma nota exigindo que os militares retornem aos quartéis e restaurem a ordem constitucional em 15 dias.

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