Descrição de chapéu Partido Republicano

Claro que Trump perdeu, diz DeSantis sobre derrota nas eleições de 2020

Principal rival do ex-presidente para disputar pleito de 2024 busca apoio após novas acusações contra o adversário

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Boa Vista

O governador da Flórida, Ron DeSantis, afirmou pela primeira vez de forma explícita, em entrevista à rede NBC exibida nesta segunda-feira (7), que Donald Trump saiu derrotado das eleições de 2020, quando Joe Biden foi eleito presidente dos Estados Unidos.

"É claro que ele perdeu. Joe Biden é o presidente", reconheceu o governador.

A declaração destoa do discurso público de DeSantis até o momento, já que ele evitava se contrapor à linha majoritária dos eleitores do Partido Republicano, mais favoráveis a Trump, e reflete uma nova tentativa do governador para ganhar terreno na indicação republicana às eleições presidenciais de 2024.

Ron DeSantis, candidato nas primárias do Partido Republicano à indicação da legenda para a eleição presidencial de 2024, discursa em Cedar Rapids, no estado de Iowa
Ron DeSantis, candidato nas primárias do Partido Republicano à indicação da legenda para a eleição presidencial de 2024, discursa em Cedar Rapids, no estado de Iowa - Scott Olson - 6.ago.23/Getty Images via AFP

O próprio DeSantis tem dito que o pleito de 2020 teve problemas. Na mesma entrevista à NBC, ele afirma discordar de mudanças de regras eleitorais feitas durante a pandemia da Covid-19 e critica o que chamou de atuação do FBI junto com as big tech para censurar histórias sobre o filho de Joe Biden, Hunter.

"Eu não acho que foi a eleição perfeita. Mas também acho que os republicanos não revidaram, e você precisa revidar quando isso está acontecendo", disse ele, em referência ao que havia criticado.

O governador da Flórida evita dizer, porém, que a eleição foi roubada, como fazem Trump e seus apoiadores, e diz que "teorias conspiratórias" não são verdadeiras.

O ex-presidente, até o momento, segue favorito no partido, com 54% das intenções de voto nas primárias da legenda, 37 pontos percentuais à frente de DeSantis, em segundo lugar, de acordo com pesquisa do New York Times com o Instituto de Pesquisas da Faculdade Siena publicada na última segunda-feira (31).

O cenário atual, no entanto, tem como novidade um dos processos com maior potencial destrutivo à imagem política do ex-presidente. Na quinta-feira (3), Trump se apresentou à Justiça para ser acusado formalmente por quatro crimes relativos à invasão do Capitólio, ocorrida no dia 6 de janeiro de 2021. Ele se diz alvo de uma caça às bruxas e se declarou inocente de todas as acusações.

No domingo (6), Trump atacou a juíza Tanya Chutkan, responsável por julgá-lo no caso, e escreveu em publicação em rede social que "não há como ter um julgamento justo com a juíza 'designada'" e que irá buscar mudança de foro. O processo corre em Washington.

Na sexta-feira (4), os procuradores federais responsáveis por supervisionar o caso citaram uma mensagem com o que eles chamam de ameaça publicada por Trump também em rede social e solicitaram à Justiça uma ordem protetiva sobre as evidências e as informações sigilosas do processo. Na postagem, o ex-presidente escreveu, em letras maiúsculas, "se você vier atrás de mim, eu vou atrás de você".

A medida, em tese rotineira e com graus variados de limitações possíveis, determina que as partes de um processo não tornem públicas evidências sobre o caso, o que provocou reação dos advogados de Trump, para os quais o pedido viola os direitos do cliente e a publicação à qual a medida faz referência é "a definição de discurso político". Uma audiência será marcada para decidir sobre a ordem de proteção.

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