A polícia da Coreia do Sul prendeu um homem suspeito de esfaquear um professor do ensino médio nesta sexta-feira (4), na cidade de Daejeon. Trata-se do segundo ataque a faca em 48 horas —na véspera, 14 pessoas foram feridas na capital, Seul. Crimes do tipo são incomuns no país asiático.
O autor do crime em Daejeon é um homem de aproximadamente 20 anos, cuja identidade não foi revelada. Ele esperou o professor sair da escola para atacá-lo —o estado de saúde da vítima tampouco foi divulgado. O criminoso ainda tentou fugir, mas acabou capturado. As investigações iniciais sugerem que a ação foi premeditada, e que vítima e agressor se conhecem.
Horas antes, o presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, havia pedido medidas "ultrafortes" para restaurar a confiança da população na segurança pública. Ele se referia à um ataque ocorrido na véspera em Seul, onde cinco pessoas foram atropeladas e outras nove foram esfaqueadas por um homem de 22 anos. No total, 11 pessoas tiveram ferimentos graves. Assim como em Daejeon, o criminoso também foi preso.
Yoon descreveu o ataque na capital como uma "ação terrorista contra cidadãos inocentes", segundo a agência de notícias Associated Press. O presidente disse ter mobilizado mais policiais e determinado que as equipes de inteligência intensifiquem o monitoramento nas redes sociais para detectar ameaças.
As motivações de ambos os crimes continuam desconhecidas. O policial Park Gyeong-won, que investiga o crime em Seul, afirmou nesta sexta que o suspeito se declarou inocente e disse que estava sendo perseguido por pessoas que não puderam ser identificadas.
Não há indícios de que os crimes em Seul e em Daejeon estejam de alguma forma relacionados. As ações ocorreram poucos dias após um terceiro ataque a faca. Em 21 de julho, Cho Seon, 33, matou um homem de 20 anos e feriu outras três pessoas em uma estação de metrô da capital, segundo a Yonhap.
Em resposta, o comissário da Agência Nacional de Polícia, Yoon Hee-keun, anunciou em pronunciamento na televisão um período de "vigilância especial", em que os policiais intensificarão as patrulhas e abordagens nas ruas para proteger a população de "pessoas suspeitas de portar armas ou de agirem de forma anormal". Ele não forneceu detalhes nem informou prazos para as operações.
Episódios como os dos últimos dias são raros na Coreia do Sul. Em 2021, a taxa de homicídios no país chegou ao seu menor patamar em dez anos, com taxa de assassinatos de 1,3 em cada 100 mil pessoas, queda de 18% em relação a 2020. Nos EUA, por exemplo, a taxa no mesmo ano foi de 7,8; no Brasil, foram 22,3 mortes violentas para o mesmo número de habitantes.
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