Descrição de chapéu Coreia do Norte

Coreia do Norte decide expulsar soldado americano que cruzou fronteira do país

Travis King participava de excursão pela zona desmilitarizada que separa as Coreias quando invadiu território

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São Paulo

A Coreia do Norte decidiu nesta quarta-feira (27) expulsar o soldado americano Travis King, preso em julho ao cruzar a fronteira do país sem autorização, segundo a agência de notícias estatal KCNA.

King participava de uma excursão turística pela zona desmilitarizada que separa as Coreias quando invadiu o território norte-coreano e foi capturado. A área, conhecida pela sigla DMZ em inglês, é o único ponto de contato direto entre a ditadura comunista ao norte e a democracia capitalista liderada por Yoon Suk-yeol ao sul e conta com a presença de forças de segurança de ambos os lados.

Soldados do Comando da ONU, à direita, e da Coreia do Sul, à esquerda, ficam de guarda diante de área que demarca a fronteira com a Coreia do Norte - Anthony Wallace - 4.out.22/AFP

Segundo os norte-coreanos, King entrou no país de forma deliberada e ilegal, com a intenção de permanecer ali ou em outro país. Em agosto, o regime informou que o soldado havia solicitado refúgio sob a alegação de "tratamento desumano e discriminação racial" nos Estados Unidos e nas Forças Armadas.

Autoridades americanas buscaram informações sobre o paradeiro de King, mas o regime norte-coreano ignorou contatos. Nesta quarta, a ditadura informou que decidiu expulsar o soldado depois de terminar uma investigação sobre o episódio. "King confessou que se intrometeu ilegalmente no território da Coreia do Norte porque [...] estava desiludido com a sociedade desigual dos EUA", reiterou a KCNA.

Ainda segundo a agência estatal, o regime decidiu expulsar King de acordo com a lei do país. As autoridades, porém, não detalharam como ou para onde ele foi enviado. Também não comentaram o estado de saúde do americano.

O Departamento de Estado dos EUA e a Casa Branca não se manifestaram sobre o anúncio, e autoridades do país se limitaram a dizer que, na manhã desta quarta, King já sob custódia das forças americanas.

Mais de dois meses após a invasão, poucos detalhes foram divulgados sobre o episódio. Uma testemunha do momento em que King atravessou para o lado norte-coreano disse que o militar estava em um grupo que havia visitado um dos prédios da zona desmilitarizada quando ele "soltou uma gargalhada e passou a correr entre os edifícios".

Ainda de acordo com a testemunha, o grupo pensou, a princípio, tratar-se de uma piada de mau gosto, mas, ao perceber que o soldado não retornava, teria ficado claro que aquilo não era uma brincadeira.

King havia sido designado para a Coreia do Sul como membro da Equipe de Combate da Primeira Brigada, Primeira Divisão Blindada. Antes de cruzar a fronteira ao Norte, King já havia sido fichado pelas autoridades sul-coreanas e chegou a se declarar culpado de agressão e de destruição de bens públicos, em crimes que ocorreram no ano passado.

Em fevereiro, um tribunal de Seul ainda determinou que o americano pagasse multa no valor de 5 milhões de wons (R$ 19,2 mil) pelos crimes. Segundo a corte, King deu vários socos no rosto de um homem durante uma festa numa boate em setembro passado. Duas semanas depois, os policiais tentaram interrogá-lo, mas o homem voltou a manifestar comportamentos agressivos.

King não respondeu às perguntas dos agentes, que o levaram à força para o banco de trás de uma viatura. O americano, então, teria reagido com palavrões e insultos contra a população, o Exército e a polícia locais. Durante o ataque de fúria, chutou a porta do veículo várias vezes, causando danos avaliados em 584 mil wons (R$ 2.000).

Com Reuters e AFP

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