Descrição de chapéu guerra israel-hamas

Israel nega existência de cessar-fogo para retirada de civis da Faixa de Gaza

Brasileiros esperam acordo para fugir do território controlado pelo grupo terrorista Hamas rumo ao Egito

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São Paulo

O governo de Israel negou nesta segunda-feira (16) ter firmado um cessar-fogo temporário com o grupo terrorista Hamas para a retirada de civis da Faixa de Gaza. Milhares de pessoas, incluindo brasileiros, continuam encurraladas no território à espera de um acordo para fugir da região rumo ao Egito.

O comunicado do governo foi publicado após a agência de notícias Reuters divulgar que Israel, Egito e Estados Unidos tinham concordado com uma trégua na região sul a partir das 3h (no horário de Brasília) desta segunda para a reabertura da passagem de Rafah, que liga Gaza ao território egípcio.

Brasileiros jantam no sábado (14) na casa alugada pelo Itamaraty em Rafah (Gaza) - Arquivo pessoal

Meia hora depois, no entanto, Israel negou que um cessar-fogo esteja em andamento. "Atualmente, não há trégua nem ajuda humanitária em Gaza em troca da saída de estrangeiros", diz trecho de comunicado divulgado pelo gabinete do primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu.

A abertura da passagem de Rafah pode encerrar a espera de cinco dias de um grupo de brasileiros que pediu ao Itamaraty para ser retirado da Faixa de Gaza e espera um acordo para que o Egito permita a entrada dos refugiados, além da anuência dos israelenses de seu lado da fronteira.

As negociações incluíram a tensa remoção de 16 brasileiros da cidade de Gaza após Israel dar um ultimato para que todos os palestinos vivendo na porção norte do território se desloquem para o sul. A passagem de Rafah fica na fronteira entre a península do Sinai, no Egito, e a Faixa de Gaza.

O grupo de 16 brasileiros inclui dez crianças. Eles estavam abrigados em uma escola da cidade de Gaza e foram transferidos no sábado (14) para uma casa alugada pela embaixada brasileira em Rafah, perto da fronteira com o Egito.

Também no sábado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou com o líder egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, afirmando que os brasileiros seriam retirados imediatamente. Os egípcios, no entanto, alegaram problemas de segurança devido aos bombardeios, o que demandava coordenação com Israel.

Os brasileiros deverão ser recolhidos por um avião Embraer-190 da Presidência, que foi deslocado para Roma e aguardava autorização para pousar no aeroporto de Al Arish, a 45 km de Rafah.

A saga do grupo começou no sábado retrasado (7), com os ataques terroristas do grupo palestino Hamas, que controla Gaza desde que expulsou seus rivais do Fatah, em 2007. A reação israelense tornou-se a maior operação de guerra do país em 50 anos.

O governo dos EUA também afirmou no último sábado que haveria abertura para saída de estrangeiros de Gaza, mas isso não aconteceu, pois não houve acordo entre Cairo e Tel Aviv.

Segundo o embaixador brasileiro na Cisjordânia, Alessandro Candeas, o comboio dos brasileiros foi desfeito na última hora após aviso dado pelos israelenses, que controlam a "porta de saída" de Gaza, enquanto os egípcios operam a "de entrada" de seu país.

Candeas afirmou que isso motivou a decisão de levar os brasileiros para perto da fronteira. "Assim que se abrir a janela os nossos brasileiros passarão e entrarão em segurança no Egito ", disse.

BOMBARDEIOS

O Egito afirmou que a passagem permaneceu aberta do lado egípcio nos últimos dias, mas se tornou inoperável devido a bombardeios israelenses do lado palestino.

A assistência que havia chegado de vários países e organizações ficou paralisada em Al-Arish, aguardando um acordo sobre a entrega de ajuda e a retirada de estrangeiros de Gaza, algo que o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse ter sido alcançado após uma visita ao Cairo.

Salama Marouf, chefe do escritório de mídia do Hamas, afirmou que não recebeu nenhuma confirmação do lado egípcio sobre a intenção de abrir a passagem.

A embaixada dos Estados Unidos em Israel disse que a situação em Rafah seria "fluida e imprevisível, e não está claro se, ou por quanto tempo, os viajantes serão autorizados a atravessar a passagem".

Com Reuters

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